Acta Med Port 2014 Sep-Oct;27(5):593-600
RESUMOIntrodução: A ressecção transmediastínica e a ressecção transtorácica têm mortalidade hospitalar (1,4% -14%) e sobrevivência (± 25% aos cinco anos) semelhantes. A terapêutica neo-adjuvante é opção em estádios avançados. A intenção deste trabalho é apresentar uma série consecutiva de 52 doentes -opção operatória baseada na localização anatómica: tumores infra-carinais e cervicais submetidos a ressecção transmediastínica e restantes ressecções transtorácicas. Discussão: Não tendo sido demonstrada vantagem oncológica para a ressecção transtorácica ou a ressecção transmediastínica, basear a opção operatória na localização do tumor permitiu-nos com segurança e eficácia, planear e executar as ressecções esofági-cas desta série. Conclusão: As curvas de sobrevida foram sobreponíveis para ressecção transtorácica e ressecção transmediastínica e bastante favoráveis numa população com 52 % de estádios pIII/IV. A quimio-radioterapia contribuiu para aumentar a ressecabilidade. Palavras-chave: Esofagectomia; Laparoscopia; Neoplasias Esofágicas/cirurgia; Toracotomia.
ABSTRACT Introduction:Oesophagectomy for cancer is associated to a significant morbidity and mortality. The superiority of transthoracic vs transhiatal is still a matter of controversy. The aim of this paper is to discuss the results of a series of patients submitted to either a transthoracic or a transhiatal according to the anatomic location regarding the carina. Material and Methods: Retrospective analysis of 52 consecutive patients, with oesophageal carcinoma, 7 female and 45 males, median age 64 years. Location: cervical -1; above carina -22; below or at carina level -19; cardia type I -10. 19 adenocarcinoma, 32 squamous cells, 1 lymphoma. Twenty patients (40%) -neo-adjuvant therapy. Thoracoabdominal approach -3, cervico-thoracoabdominal -20, transhiatal -27, exploratory thoracotomy -2. Gastric pull-up 49 (cervical anastomosis -46; thoracic -3); cervical oesofagocoloplasty -1. Results: Pathologic staging: complete remission -8; Ib -3; IIa -9; IIb -4; IIa -11; IIIb -2; IIIc -10; IV -1; non-stageable -3. Major complications: 37%. Resectability: 96% (50/52). Mortality: 4th week -6%; in-hospital -14%. Median survival 18 months . Survival Curves (Kaplan-Meier): 2 years -47%; 5 years -19% (transthoracic vs transhiatal p > 0.05). Discussion: Selection of surgical approach based on the anatomic location of the tumour regarding the carina was safe, the resectability was high and similar when a transthoracic or a transhiatal was planed and carry-on. Conclusions: In this series of oesophageal cancer patients, in advanced pathologic condition (52% p Stages III/IV) the overall survival was similar for transthoracic and transhiatal. Neo-adjuvant treatments definitively contributed to enhance resectability.