Impacto das emoções no desempenho acadêmico e na qualidade de vida dos estudantes de Medicina

Abstract

A Qualidade de Vida é um desafio para as práticas da saúde, ainda mais em tempos de pandemia da COVID-19. Ingressar no ensino superior, faz parte de uma das fases de transição na vida humana, e envolve uma série de adaptações. Os estudantes da área de saúde, em especial os de medicina por ser um curso integral que demanda muitas horas de dedicação aos estudos, sofrem muitas pressões que podem afetar o desempenho acadêmico. Assim, o presente estudo reúne informações sobre os fatores emocionais que influenciam a qualidade de vida dos acadêmicos de medicina, no formato de uma revisão integrativa. Buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed, SciELO, BVS e Google Acadêmico, utilizando os descritores: “Qualidade de Vida” AND “Estudantes de Medicina” por estudos sobre esse tema. As análises confirmam que as pressões da vida acadêmica podem prejudicar o desenvolvimento curricular dos estudantes, seja por afetar a cognição ou as habilidades práticas, além de reduzir o senso de confiança e inibir as relações interpessoais e expressão emocional. Dificuldade de atenção durante as aulas, não pensar com clareza, dificuldade de foco, incapacidade de completar tarefas, risco de reprovação e potencial desistência acadêmica, aumentam consideravelmente nesses casos. Tais fatores, quando presentes, são importantes indicadores de sofrimento emocional e impactam consideravelmente na qualidade de vida do acadêmico de medicina.

Qual a relação entre os hábitos de vida associados ao índice de massa corpórea dos estudantes de medicina?

“…Ao longo do curso de graduação há uma tendência de aumento da exaustão emocional e descrença frente ao curso e isso mostra um agravamento da saúde mental dos acadêmicos, de modo que tendem a ficar mais descrentes com a futura carreira médica (Cruz et al, 2021b). Apesar disso, não há diferenças de intensificação de sintomas depressivos entre os diferentes períodos desse curso, mas de uma forma geral a literatura converge para a conclusão de que existem fatores estressores desde o primeiro semestre de graduação (Nogueira et al, 2021).…”

“…Além disso, pressões externas e o próprio medo de decepcionar os familiares com notas baixas aumentam ainda mais o estresse emocional (Cruz et al, 2021b). As respostas fisiológicas a esse estresse afetam os estudantes contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios mentais como a depressão, e a faixa etária precoce (estudantes de 16 a 18 anos) pode interferir no abuso de drogas (Porto et al, 2022).…”

“…Dentro desta perspectiva de análise aumentou-se a preocupação com os hábitos de vida dos estudantes de medicina e como isso afeta a QV, pelo contexto no qual estão inseridos e a forma como isso interfere na saúde desses indivíduos (Miranda et al, 2020). Isso porque os acadêmicos de medicina se encontram imersos em uma realidade extenuante que demanda esforço extremo e tem por consequência o estresse excessivo, também conhecido como "angústia" (Cruz et al, 2021b). Esses elementos estressores, atuando em conjunto e de forma prolongada, são responsáveis por causar um desequilíbrio no eixo hipotálamohipófise-adrenal, responsável por controlar os hormônios neuroendócrinos, aumentando a probabilidade de desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares, afetando o centro do sono, humor e, por consequência, o desempenho acadêmico (Al-Rouq et al, 2022).…”

“…Os acadêmicos de medicina são um grupo importante de estudantes afetados por esses problemas, pelas constantes pressões que sofrem, estando mais propensos a apresentar transtornos como a síndrome de Burnout e depressão (Barbosa-Medeiros et al, 2021;Nogueira et al, 2021;Porto et al, 2022). Vale lembrar que parte desses alunos sabem que sofrem, porém não apresentam perspectiva e nem esperança de melhora do quadro, assumindo uma posição passiva diante disso (Damaso et al, 2019;Cruz et al, 2021b).…”