Impacto das Mudanças Climáticas na Aridez da Bacia Estendida do rio São Francisco, Brasil

Abstract

Resumo As projeções futuras divulgadas pelos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, atentam para a ocorrência de variações e mudanças no clima. Tais alterações, tendem a impactar especialmente o ciclo hidrológico global, uma vez que são projetadas modificações nos padrões de precipitação em larga escala e elevação na temperatura média da atmosfera. A Bacia Hidrográfica Estendida do Rio São Francisco (BESF) está localizada entre as regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. O índice de Aridez (IA) pode contribuir no planejamento da segurança hídrica de um território. O objetivo deste estudo é analisar a aridez para a BESF através das precipitações e de temperaturas mínimas e máximas, obtidas por intermédio dos modelos climáticos do CMIP6 e do CORDEX. Calculou-se o índice de Aridez (IA) e realizou-se a comparação dos resultados do IA obtidas dos modelos climáticos com os dados de referência da Unidade de Pesquisa Climática (CRU). Ambos modelos, CMIP6 e CORDEX, apresentaram boa performance em representar o IA, quando comparados com o CRU. Os modelos do CMIP6 e CORDEX indicam indicam uma alteração na condição de aridez de na BESF, embora que os dados do CORDEX sejam mais recomendáveis para a BESF, em função de sua resolução espacial.

Os eventos extremos como instrumentos de informação na gestão dos recursos hídricos

“…Compreender a variação temporal e espacial da precipitação é de fundamental importância para elaborar planos de gestão de recursos hídricos eficientes. A partir de sua caracterização, atrelada às análises de uso e ocupação do solo, e padrões climáticos da região, é possível entender alguns dos fatores primordiais na regulação de processos hidrológicos, tal como a vazão (SOBRAL et al, 2018).…”

“…Tais estudos são amplamente desenvolvidos por meio de análises de dados de sensoriamento remoto e modelagem matemática, haja visto seu potencial para avaliação de cenários futuros a partir das condições pré-existentes, possibilitando a elaboração de planos de gestão e medidas de controle (ALVES; MARTINS; REBOITA, 2020;BRÊDA et al, 2020;CASAGRANDE et al, 2021;FARINOSI et al, 2019) e os mais convencionais e mais confiáveis, por meio de análises de séries históricas de dados hidroclimatológicos obtidos por meio de estações meteorológicas (CHECCHIA et al, 2007;GOMES;ZANELLA;OLIVEIRA, 2022;MUNIZ, 2013;SANTOS et al, 2018;SOBRAL et al, 2018;SOUZA et al, 2014).…”

“…Mediante o descrito acima, os autores frisam a importância desses estudos e sua possibilidade de uso na elaboração de planos de gestão. Sobral et al (2018) destaca a necessidade de elaboração de novas medidas e adequação das já existentes, visto que, se o padrão de seca continuar progredindo, este irá se configurar um grave problema de falta de água na região (que já não é abundante em água), ocasionando problemas de abastecimento humano e de geração de energia, consequentemente aumentando conflitos pela água.…”

“…De acordo com Santos et al (2018) a variação natural da precipitação pode ocasionar danos ambientais, sociais e econômicos, advindo de sua influência sobre os recursos hídricos, tanto por meio da escassez, quanto por meio de eventos de precipitação anômalos. Entre os quais citam-se inundações (GOMES; ZANELLA; OLIVEIRA, 2022;OLIVEIRA et al, 2020;SANTOS;LUCIO;SILVA, 2016), secas (GOMES; ZANELLA; OLIVEIRA, 2022), na agricultura (SENA; MORAES NETO; LUCENA, 2018), e problemas de infraestrutura (PAGANO et al, 2018;SOBRAL et al, 2018;YEHIA et al, 2017).…”

“…Além disso, tem-se estudado os impactos de eventos extremos na gestão dos recursos hídricos, através da disponibilidade hídrica (CUNHA et al, 2014;MIRANDA, 2020;OLIVEIRA et al, 2020;SOBRAL et al, 2018) e em sistemas de abastecimento de água (PAGANO et al, 2018;YEHIA et al, 2017).…”