Buscando mitigar os problemas de ensino-aprendizagem ocasionados pela suspensão das aulas presenciais na pandemia de Covid-19, diferentes universidades e grupos de educação adotaram estratégias identificadas como “atividades de ensino remoto emergencial”. Partindo de uma perspectiva freiriana, este artigo avalia uma dessas experiências, desenvolvida dentro de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), a partir da leitura de mundo realizada pelos estudantes envolvidos. Para isso, apresenta e discute os dados obtidos em grupos focais online realizados com 140 graduandos, estabelecendo diálogo com os estudos sobre experiências semelhantes desenvolvidas no Brasil. Os resultados indicam que, para a maior parte dos discentes, as atividades remotas trouxeram prejuízos em relação à aprendizagem e problemas de saúde. A análise dos dados permite inferir que, embora tenha sido relevante no período de isolamento, o modelo adotado pela IFES reproduziu a educação bancária presente no modelo presencial e não trouxe benefícios que justifiquem sua continuidade no pós-pandemia.