IntroduçãoO tema deste capítulo é o emprego da abordagem relacional e a incorporação da dimensão informal de negociações e relações interpessoais e políticas à análise do processo decisório judicial. Para isso, recorremos à revisão da literatura de referência, procurando indicar os principais desafios metodológicos nessa área de pesquisa, delineando alguns caminhos possíveis a partir do caso brasileiro, valendo-nos de dados pontuais e de resultados de pesquisas concluídas e em andamento sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). 1 A agenda de pesquisa sobre o processo decisório do STF gira em torno de quatro temas principais: (i) formação da agenda decisória; (ii) processo deliberativo; (iii) resultado e alcance das decisões; e (iv) compliance (cumprimento e adesão às decisões).Na formação da agenda decisória, as pesquisas dedicam-se a mapear os interesses em disputa e as vozes que buscam fazer-se ouvir no tribunal. Uma vez que o STF é um poder reativo, dependendo de as partes levarem até ele temas relevantes para serem decididos, é fundamental que o tribunal disponha da confiança das partes. E a formação da agenda depende, também, do escopo de autoridade do tribunal, ou seja, da natureza e do alcance de sua esfera de atuação potencial, "da sua capacidade formal de intervir de modo eficiente e decisivo 1 As pesquisas em questão contaram com financiamento da FAPESP.