A conectividade de sedimentos pode ser entendida como a transferência de sedimentos entre diferentes compartimentos da paisagem através das relações entre seus componentes. Isso ocorre, principalmente, por meio da interação entre processos hidrológicos e sedimentológicos, os quais, por sua vez, são controlados por características geomorfológicas. O tema vem se tornando fundamental para o entendimento da dinâmica dos sedimentos em uma bacia hidrográfica, pois avalia a transferência dos sedimentos de maneira integrada e inovadora, considerando diferentes processos e características, diferindo das demais metodologias de estudo da dinâmica da paisagem. Consequentemente, muitas metodologias diferentes foram desenvolvidas em todo o mundo para avaliar a conectividade de maneira quantitativa e qualitativa. No entanto, entre esses estudos, diferentes terminologias foram adotadas. Grande parte das metodologias avalia a conectividade dos sedimentos a partir de aspectos estruturais (geomorfológicos) que distribuem no espaço as relações entre os componentes do sistema. Atualmente, são sugeridas abordagens utilizando aspectos funcionais (hidrológicos), que trazem dependência temporal para a conectividade. Entretanto, poucas metodologias inseriram as características do próprio sedimento nesta avaliação. Em relação aos estudos brasileiros, poucas investigações sobre conectividade foram realizadas, surgindo a necessidade de trabalhos considerando as características físicas das bacias brasileiras. A partir disso, a presente revisão discute, inicialmente, os diferentes conceitos de conectividade utilizados atualmente. Em seguida, resume e discute as metodologias desenvolvidas para avaliar a conectividade dos sedimentos, destacando as propriedades estruturais e funcionais relevantes para o estudo da conectividade. Adicionalmente, estudos de conectividade desenvolvidos em território brasileiro são apresentados. Conclui-se que, somente a partir de estudos que levem em conta a interação entre geomorfologia, hidrologia e sedimentologia, será possível uma avaliação integral da conectividade dos sedimentos. Ademais, a conectividade se apresenta como uma potencial ferramenta para o gerenciamento de bacias hidrográficas, trazendo avanços no entendimento da dinâmica dos sedimentos e, consequentemente, na evolução da paisagem.