Implicações da mastectomia na autoestima da mulher

Abstract

Objetivo: Descrever os aspectos implicadores da mastectomia na autoestima das mulheres que participam da casa de apoio Irmã Rosa Gambelli. Metodologia: Trata-se de um trabalho descritivo, exploratório de abordagem qualitativa. A população desta pesquisa foi constituída por 10 mulheres com faixa etária entre 30 e 69 anos e que foram submetidas à mastectomia e que estão acomodadas na Casa de Apoio Irmã Gambelli, localizada no município de Porto Velho, Rondônia. Foi realizada uma entrevista de quatorze (14) perguntas abertas com roteiro semiestruturado. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Resultados: Identificou-se que as mulheres pós-mastectomia apresentavam uma baixa autoestima pela falta da mama e por motivos de negação de sua autoaceitação corporal, além de sofrerem percas no convívio social e amoroso. Conclusão: A partir da análise de conteúdo, nos permitiu concluir que os resultados evidenciaram que: as mulheres com baixa autoestima após a mastectomia se mostraram afetadas com este procedimento envolvendo os aspectos físico e emocional em sua identidade feminina, além de nos apresentar suas experiências em um momento tão delicado, despertando a empatia, frente aos obstáculos por elas vivenciados.

Manejo Pré-Hospitalar Das Emergências Clínicas: Expertise Do Serviço De Atendimento Móvel De Urgência Do Espírito Santo

“…Conforme já exposto, a mastectomia por câncer de mama constitui como uma modalidade cirúrgica que gera forte impacto emocional na mulher, devido ao estigma de morte que cerca o diagnóstico e a alteração da imagem corporal vivenciada ao longo do processo (VOLKMER et al, 2019). Em função do adoecimento e das possibilidades de tratamentos, há comprometimento nas esferas física, emocional, sexual, social e de relacionamento interpessoal, podendo a mulher apresentar ansiedade e depressão diante de sua nova realidade, prejudicando o enfrentamento e adesão às terapêuticas (JURADO et al, 2019;SANTOS et al, 2019).…”

“…Esse sentimento é muito comum, visto que a mulher deposita nesta cirurgia a possibilidade de resgatar sua autoestima, mas ao mesmo tempo, o medo do desconhecido, da anestesia, da morte eram reações imediatas e presentes. A literatura confirma isso ao dizer que quando uma pessoa vivencia uma situação de crise, além de romper com o equilíbrio físico, carece de uma estruturação psicológica para suportar este momento difícil, e quando há a necessidade de hospitalização e de uma intervenção cirúrgica essa fragilidade se potencializa, levando a sentimentos de impotência, de angústia e de ansiedade (SANTOS et al, 2019;FILGUEIRAS, 2018).…”

Avaliação da independência funcional, qualidade de vida e frequência dos sintomas de depressão em mulheres sobreviventes ao câncer de mama

“…As alterações provocadas pelos tratamentos também geram um déficit no desempenho ocupacional que resultam, muitas vezes, no abandono de algumas atividades diárias nas dimensões do autocuidado, de atividades domésticas, de lazer, de trabalho e de participação social, afetando a qualidade de vida e desencadeando um sentimento de incapacidade (COSTA ID, et al, 2018;FERREIRA AS, et al, 2015;SANTOS MS, et al, 2019). Neste contexto, a abordagem terapêutica é imprescindível para manutenção da funcionalidade, visando a independência das mulheres no desempenho de suas atividades pessoais, profissionais e de lazer (MACHADO MX, et al, 2017; RECCHIA TL, et al, 2017).…”

O apoio social da mulher mastectomizada/ Social support for women with mastectomies

“…Desde o diagnóstico, a doença oncológica, que carrega em si o estigma da morte, desperta variados sentimentos que vão desde a negação, tristeza, baixa autoestima, perda de interesse ou prazer, distúrbios do sono ou apetite, baixa energia e pouca concentração (JURADO et al, 2019;MACHADO et al, 2017). Já no processo de tratamento, a retirada da mama pode desencadear sentimentos de perda da feminilidade e da sexualidade, com consequente instalação de quadros de depressão, sendo esta uma das condições mais frequentes (SANTOS et al, 2019;FARIA et al, 2018;FERREIRA et al, 2016). A mama representa a feminilidade, a sensualidade e a atratividade sexual, sendo vinculada também à maternidade.…”

“…Com o impacto social e emocional do adoecimento, dos tratamentos para o câncer de mama e seus efeitos colaterais, as mulheres preferem se manter reclusas, evitando interações tanto em nível familiar quanto social (SANTOS et al, 2019;FARIA et al, 2018). Para diminuir seus impactos na vida da mulher, torna-se necessário um acompanhamento multiprofissional na busca por uma nova perspectiva de assistência às mulheres, que aborde as necessidades físicas e psicossociais daquelas acometidas pela doença oncológica (OLIVEIRA et al, 2019;CARVALHO et al, 2018).…”