Introdução: É comumente afirmado que o Brasil lidera o número de cesáreas no mundo. Nesse ínterim, questiona-se se sobre o abuso desse procedimento e quais fatores estariam por trás dessa elevada taxa, visto que o parto mediante cesárea é considerado pela OMS como uma exceção a ser utilizada, e não uma regra, pois sua realização sem uma justificativa pode agregar riscos desnecessários sem que haja benefício. Objetivo: Analisar a prevalência de parto cesárea e parto vaginal no Hospital Municipal Doutor Henrique Santillo, identificando os principais fatores que influenciaram as mulheres na escolha da via de parto. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa, realizado no Hospital Municipal Doutor Henrique Santillo no município de Goiatuba-Goiás, no período de fevereiro a junho de 2023, Foram incluídas na pesquisa mulheres que se submeterem à experiência de trabalho de parto/parto e concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o mesmo foi aprovado pelo Programa de Iniciação Científica (Progic) do Centro Universitário de Goiatuba -UniCerrado e a coleta de dados foi também autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde. Resultados: Os dados encontrados em nossa pesquisa corroboram com os índices crescentes de parto cesárea em âmbito nacional e internacional, e através deste foi possível correlacionar os principais fatores associados a escolha dessa via de parto com os descritos em literatura. Conclusão: Conclui-se que apesar do procedimento cirúrgico cesáreo ter suas devidas indicações e representarem uma alternativa substancial de redução da mortalidade e morbidade materna e perinatal quando devidamente indicada, crescem cada vez mais no Brasil as taxas de realização de cesáreas sem real indicação. Fato preocupante, pois não existem evidências de benefícios da cesárea em mulheres que não necessitam dessa cirurgia.Palavras-chave: fatores; parto cesárea; parto vaginal; vias de parto; gestantes;
INTRODUÇÃOAs vias de parto usualmente vistas são o parto cesáreo e o parto normal, e, no Brasil, a taxa de cesariana apresenta tendência crescente com aumento de 38% para 57% entre 2001 e 2014 (SIMÕES et al;2022). A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o aumento de cesáreas em todo o mundo nos últimos 20 anos transformou o parto cirúrgico em uma "epidemia" (WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2015). E no topo do ranking dos países que mais realizam o procedimento está o Brasil. A OMS considera que o parto mediante cesárea é uma exceção a ser utilizada no nascimento e não uma regra, não devendo ultrapassar o percentual de até 15% dos partos (WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2015).