As espécies do gênero Croton L., em especial a Croton lechleri Müll. Arg. conhecida popularmente como “sangue de dragão”, são utilizadas para diversos fins terapêuticos pela população brasileira. Ensaios in vitro avaliando a citotoxicidade desta planta em células saudáveis são escassos. Desta forma, este estudo objetivou avaliar a toxicidade celular do extrato etanólico da casca de C. lechleri, e comparar com compostos comercializáveis como compostos quinoléicos e avermectinas. O teste hemolítico foi realizado através da adição do extrato em suspensão de hemácias em soro fisiológico a um hematócrito de 10% de concentrações decrescentes. O ensaio de citotoxicidade foi realizado em células VERO mantidas em meio de cultura RPMI suplementado com soro fetal bovino, onde foram adicionadas 7 concentrações diluídas de 1/2 a partir da solução mãe de 500µg/mL do extrato bruto da C. lechleri e dos fármacos Cloroquina, Hidroxicloroquina e Ivermectina. A hemólise foi analisada através de um UV/VIS, em intervalos de 30, 60 e 120 minutos. A citotoxicidade após 72 horas através do ensaio de redução de resazurina. Os resultados demonstraram que o extrato de C. lechleri em diferentes concentrações e tempos, apresentou baixa ou nenhuma toxicidade nas hemácias. No ensaio de citotoxicidade o extrato apresentou CC₅₀ de 218,9 µg/mL, a CQ, HCQ e IVe de 128,5; 191,6 e 32,9 µg/mL, respectivamente. Conclui-se que o extrato etanólico das cascas de C. lechleri não apresentou hemólise significativa e que o mesmo apresentou uma citotoxicidade moderada frente às células VERO, evidenciando que esse produto natural é potencialmente seguro para uso popular.