A química teve, a partir do final do século XVIII, um papel central, que se mantém na atualidade, na saúde pública e no bem-estar da humanidade. A sua maior contribuição é na segurança alimentar, que contribuiu para salvar as vidas de cerca de um terço da população humana. O tratamento da água de consumo com cloro contribuiu para salvar da morte prematura quase duzentos milhões de pessoas. Doenças como a febre tifoide, que mataram reis, como D. Pedro V, e a cólera, são hoje essencialmente memórias. Os antibióticos contribuíram para quase eliminar a sífilis e outras infeções. A tuberculose e a malária quase desapareceram na Europa, em boa parte devido à química. Também a assepsia, a anestesia e a segurança das transfusões de sangue e das vacinas devem muito a contribuições químicas. Atualmente, estamos a viver uma situação de pandemia global, mas devido, também à ciência, podemos enfrentar os problemas com esperança. O principal objetivo do presente trabalho é fazer uma revisão histórica das contribuições químicas para a saúde pública e bem-estar, algo que parecendo trivial, raramente é compreendido em toda a sua extensão.