RESUMO:No Brasil existem várias doenças fúngicas que acometem a bananeira. Destas, pode-se citar a antracnose, responsável por grandes prejuízos à cultura, cujo agente causal é o fungo Colletotrichum musae. A principal forma de controle dessa enfermidade é através da aplicação de fungicidas a base de tiabendazol ou tiofanato metílico. Esse manejo, embora eficiente, favorece o desenvolvimento de resistência do patógeno, causa danos ao ambiente e ao produtor, deixando ainda resíduos nos frutos. Esses fatores têm favorecido a busca por substâncias alternativas com capacidade de controlar o fungo e que não sejam nocivas ao ambiente e, principalmente, que sejam seguras ao consumidor final. Dentre as opções, surge o interesse pelo uso de certos óleos essenciais e da própolis, ambos conhecidos por possuírem propriedades fungicidas. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de determinar o potencial fungitóxico "in vitro" da própolis e dos óleos essenciais de palmarosa (Cymbopogon martinii), de teatree (Melaleuca alternifolia), de cravo (Eugenia caryophyllata), e de eucalipto (Corymbia citriodora), sobre Colletotrichum musae. O desenvolvimento experimental consistiu em adicionar inóculos fúngicos de 5 mm, obtidos a partir de colônias puras, ao meio de cultura BDA (batata-dextrose-ágar) acrescido das referidas substâncias em diferentes concentrações (0, 25, 50, 75, 100 e 125 µL/L). Paralelo aos tratamentos realizou-se teste com o fungicida padrão para comparações das médias. A eficiência das substâncias sobre o fungo foi determinada através das avaliações do crescimento micelial das colônias (média de duas medidas diametralmente opostas). Os valores de crescimento micelial obtidos foram utilizados também para o cálculo do índice de velocidade de crescimento micelial. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 6 + 1, (cinco substâncias em seis concentrações + fungicida), com cinco repetições. Os óleos de tea tree, cravo e palmarosa foram eficientes no controle do fungo Colletotrichum musae não diferindo do fungicida a partir da dose de 50 µL/L em todas as avaliações, apresentando potencial para controle em cultivos orgânicos ou em sistemas de manejo integrado.
Palavras-chave:Produção orgânica, Fungos, Desenvolvimento sustentável, Própolis.
ABSTRACT:In vitro biological activity of propolis and essential oils on the fungus Colletotrichum musae isolated from banana Musa spp. In Brazil there are several fungi that cause diseases on banana plants. These include the "anthracnose", which is responsible for major crop losses and whose causative agent is the fungus Colletotrichum musae. The main way to control this disease is through the application of fungicides based on thiabendazole and thiophanate-methyl. Although this management is effective, it favors the development of pathogen resistance, which causes damage to the environment and producer and also leaves residues in fruits. These factors have encouraged the search for alternative substances to control the fungus an...