(Aceito para publicação em 27/11/2006) Autor para correspondência: Ricardo Trezzi Casa
INTRODUÇÃOO milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais cultivados no mundo, com destaque pelo papel que cumpre na cadeia alimentar e por seu valor agronômico no sistema plantio direto. No Brasil, na safra agrícola de 2004/05, a área cultivada foi de 12,208 milhões de hectares, com produção de 35,007 milhões de toneladas de grãos (Conab, 2006). O rendimento médio nacional de 2.867 kg/ha é considerado baixo, em virtude do potencial produtivo da cultura.As doenças do milho, principalmente aquelas causadas por fungos, podem comprometer o potencial de rendimento da cultura (White, 1999
RESUMOOs fungos Stenocarpella macrospora e Stenocarpella maydis podem causar podridão de semente, morte de plântula, podridão da base do colmo e da espiga e mancha foliar em milho, sendo comumente detectados nos grãos ardidos quando as espigas são infectadas. Os danos no rendimento e na qualidade de grãos causados especificamente por Stenocarpella ainda não foram devidamente quantificados. Os patógenos são encontrados praticamente em todas as regiões produtoras de milho do Brasil. A doença ocorre com maior intensidade em lavouras de monocultura, principalmente em pequenas propriedades rurais, e em lavouras produtoras de semente, onde o cereal é freqüentemente cultivado na mesma área. Os restos culturais de milho e as sementes infectadas constituem-se na principal fonte de inóculo primário. O inóculo constituído de picniosporos, produzido nos resíduos culturais, é disseminado à curta distância pelo vento e respingos d'água. A disseminação à longa distância ocorre pelas sementes. A infecção das plantas pode ser sistêmica, com inóculo na forma de micélio oriundo das sementes, e/ou pela penetração direta com germinação dos conídios nos sítios de infecção, como bainha foliar, lâmina foliar, pedúnculo e palha da espiga. A temperatura ótima para crescimento do micélio e germinação dos conídios de ambas espécies ocorre na faixa de 23 o C a 28 o C. As principais estratégias de controle baseiam-se na eliminação e/ou redução da fonte de inóculo primário, como uso de semente sadia, tratamento de sementes com fungicida do grupo dos benzimidazóis e rotação de culturas. Pouca informação existe sobre a tolerância da doença em híbridos comerciais no Brasil. A adubação equilibrada do solo e evitar elevada densidade de plantas também podem reduzir a infecção.Palavras-chave adicionais: mancha de macrospora, podridão de diplodia, podridão branca da espiga, Zea mays.
ABSTRACT Maize diseases caused by fungi of the genus StenocarpellaStemocarpella macrospora and S. maydis may cause seed rot, seedling blight, stem and ear rot and leaf spot in corn. Normally these fungi are the main grain rot causal agent when ears are infected. The damage caused exclusively by Stenocarpella has not yet been determined. The pathogens are found in practically all maize-growing regions of Brazil. The major disease intensity occurs under corn monoculture, mainly in small farms and fields for ...