Inclusão E Diversidade Na Administração: Manifesta Para O Futuro-Presente

Abstract

RESUMO No marco temporal de aniversário da RAE-Revista de Administração de Empresas, o objetivo deste artigo, que pode ser interpretado como uma manifesta, é discutir o papel das revistas acadêmicas em Administração para a inclusão e a diversidade. Entendemos que nos manifestarmos sobre o papel das revistas em processos de reparação histórica de desigualdades é também sobre nos reconectar com a crítica ao conceito e à prática da diversidade presentes no campo da Administração, e é justamente por esse debate que iniciamos a construção do nosso argumento, logo após a introdução. Ancorando-nos em referenciais teóricos sistematizados a partir das práticas e dos conhecimentos dos movimentos sociais (interseccionalidade, transversalidade e decolonialidade), apresentamos nossa manifesta por uma agenda de transformações para as práticas sobre diversidade no campo.

Women in high leadership positions at the Central Bank of Brazil

“…The "glass ceiling" metaphor is an allusion to the idea that while women and other minorities in organizations are able to see and map high leadership positions that they could occupy given their professional competencies, this ascension is restricted and occurs in a smaller scale compared to their male peers (Abreu & Meirelles, 2012;Cotter et al, 2001). The invisible barrier, made of glass, blocks their ascension, even though they can see where they could be within the corporate structure (Beltramini et al, 2022;Freitas, 2015;Irigaray & Vergara, 2009;Tanure et al, 2006;Teixeira et al, 2021 Numerous studies have looked into the metaphor and sought evidence demonstrating the existence of this barrier that prevents female advancement to high leadership, in addition to identifying the factors at play in the perpetuation of this barrier to women's professional ascension within organizations (Morley, 2007;Nganga et al, 2023;Wrigley, 2009;Zhuge et al, 2011; to name a few). Female underrepresentation in strategic sectors of all industries and spaces of power, both in the public and private sector, in academe, sports and even gastronomy, are just a few examples of the ways in which the glass ceiling impacts women's professional life (Biroli, 2010;Fragale et al, 2015;Goellner & Kessler, 2018;Haddaji et al, 2017;Maia, 2016;Miguel & Biroli, 2010).…”

“…A comparison between the career paths of men and women with equivalent education and professional experience, by Eagly and Carli (2007a), signals that women's routes tend to twine more than men's, revealing that women experience a kind of professional maze (Eagly & Carli, 2007a) in their careers. While men follow a more linear ascension course which eventually leads them to high leadership positions, women deal with more frequent obstacles that inhibit their professional progression, in this case, particularly obstacles associated with gender stereotypes (Teixeira et al, 2021). One example is the assimilation, when selecting career progression candidates, that women are supposedly more susceptible to incompatibility with occupying a high leadership position, as this would compromise motherhood (Abreu & Meirelles, 2012;Beltramini et al, 2022;Samuelson et al, 2019).…”

“…As a metaphor, the maze represents that the pursuit of high leadership involves multiple combinations of paths to be followed in order to reach the goal; however, gender stereotypes impose on women additional challenges in these paths towards professional advancement (Marvin, 2009;Stamper & McGowan, 2022). While women are questioned throughout the process about their aspirations to high leadership positions, men are read as naturally fit for these, which gives them easier paths through the "professional maze" towards conquering positions of power (Goellner & Kessler, 2018;Teixeira et al, 2021).…”

À Margem Da Gestão Da Diversidade? Travestis, Transexuais E O Mundo Do Trabalho

“…Há poucos trabalhos publicados sobre as travestis e transexuais e até mesmo sobre as lésbicas, ou seja, sobre as identidades sexuais e de gênero femininas, no contexto dos periódicos brasileiros de Administração, quando se compara à quantidade de pesquisas sobre homens gays, por exemplo (Carrieri et al, 2014;Paniza, 2020;Teixeira, Oliveira, Diniz, & Marcondes, 2021). Nos seis artigos nacionais publicados sobre travestis e transexuais em periódicos (Baggio, 2017;Caproni & Saraiva, 2014;Carrieri et al, 2014;Ferreira & Pereira, 2020;Muller & Knauth, 2008;Paniza et al, 2018) e em livros de Administração (Irigaray, 2012;Prado & Freitas, 2016), há uma demarcação de espaços profissionais na perspectiva de que existem algumas limitações ou constrangimentos acerca do que uma mulher trans travesti faz (ou pode fazer) em relação à dimensão trabalho.…”

Subalterno pode escrever! Uma contribuição decolonial e interseccional na obra de Carolina Maria de Jesus para os estudos organizacionais

“…Convém lembrar que foi nos anos de 1990 que a gestão da diversidade foi aderida no Brasil, mediante política pregada pelas empresas multinacionais norte-americanas. A prática desta política possibilitou aumentar a participação de grupos considerados excluídos nas empresas (Teixeira, Oliveira, Diniz, & Marcondes, 2021).…”