O sistema educacional inclusivo no Brasil apresenta diversos desafios, sendo os principais relacionados à organização social – desde valores e concepções dominantes aos meios mais adequados para uma educação de qualidade para todos. Considerando a surdez como diferença linguística, este trabalho tem como objetivo compreender as concepções sobre educação bilíngue e inclusão dos professores de alunos surdos na educação infantil, relacionando práticas pedagógicas, a Língua Brasileira de Sinais e o desenvolvimento. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário online. Participaram da pesquisa 15 professores ouvintes que atuam ou atuaram em salas de educação infantil com a presença de um ou mais alunos surdos em escolas da rede pública do Estado de São Paulo no período de 2016 a 2020. As análises são fundamentadas na abordagem histórico-cultural, a partir de trechos das respostas, proporcionando discussões sobre a realidade educacional de alunos surdos quanto ao modelo educacional, considerando a proposta inclusiva e o modelo bilíngue. Os resultados indicam que a satisfação escolar ainda é pautada apenas na inserção de surdos em escolas, mesmo que essas não promovam transformações efetivas no ensino e que não tenham metodologias e práticas pautadas na Língua Brasileira de Sinais. Assim, há falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos alunos surdos e como a língua de instrução na educação e centralidade no desenvolvimento.