Introdução: Mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE) têm perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal, por exemplo, esforço físico, espirro, tosse e riso na ausência de contração da bexiga. Acredita-se que a IUE esteja relacionada à falta de suporte mecânico da uretra ou à má coaptação dos tecidos uretrais, resultando em resistência insuficiente ao escoamento da urina durante o aumento da pressão abdominal. Usualmente acomete mulheres mais jovens, com maior incidência entre 45 a 49 anos. Assim, visto que o tratamento cirúrgico é indicado para pacientes refratárias à terapia clínica, destaca-se o sling de incisão única (SIMS) como alternativa ao sling de uretra média (SUM), que é a primeira escolha no manejo intervencionista. Objetivos: Analisar as evidências atuais do tratamento cirúrgico da IUE com o SIMS, em termos de eficácia e segurança, a partir da comparação de seus desfechos com o SUM. Métodos: Revisão de 27 artigos encontrados nas bases de dados PubMed e Google Scholar, a partir dos descritores "Stress urinary incontinence", “Surgical management", “Mid-urethral sling" e “Single-incision sling”, utilizando os filtros idioma inglês, publicação nos últimos 10 anos e estudos dos tipos ensaio clínico, meta-análise e revisão sistemática. Resultados e discussão: Os estudos mostraram que, em até 3 anos de seguimento, o SIMS apresenta taxas de cura subjetiva e objetiva comparáveis ao SUM, ou seja, a análise da percepção das pacientes e do teste de esforço de tosse mostraram a não inferioridade do método. Embora tenha apresentado tempo de procedimento e dor pós-operatória discretamente menores, o SIMS esteve associado a maiores riscos de exposição da malha e de necessidade de reintervenção em relação ao SUM. Conclusão: Foi possível compreender que a abordagem de incisão única é uma tendência atual em desenvolvimento e com eficácia comparável ao padrão-ouro. Entretanto, salienta-se a necessidade de novas pesquisas com maiores amostras e tempo de acompanhamento a fim de determinar com maior precisão seus desfechos. Assim, vale reforçar a indicação de decidir a técnica cirúrgica com base em uma decisão compartilhada entre cirurgião e paciente.