A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns em todo o mundo. Acredita-se que a qualidade de vida (QV) do paciente com a doença falciforme é muito baixa e que suas condições socioeconômicas e culturais indicam deficiências em vários aspectos. O objetivo deste estudo foi descrever e analisar a QV dos pacientes com anemia falciforme assistidos em um ambulatório de hematologia de um hospital de ensino no sudeste do Brasil. Este é um estudo transversal com aplicação do instrumento WHOQOL-BREF em adultos (grupo 1) e crianças (grupo 2) com anemia falciforme. No cálculo de diferenças entre proporções foi utilizado o teste do qui-quadrado. Para verificar diferenças entre as médias foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes. Para análise da associação entre as variáveis, foi empregada a razão de prevalência (RP) com seu intervalo de confiança a 95% (IC95%), como estimadores de magnitude. Considerou-se um nível de significância de 5% em todas as análises. No grupo 1 foram selecionados 27 pacientes (54%) com média de idade de 27,2 anos, sendo 58,3% do sexo feminino, enquanto que no grupo 2 foram 23 crianças (46%), cuja média de idade foi de 8,7 anos, com 57,1% da amostra do sexo masculino. A QV foi maior entre os pacientes do grupo 2 nos domínios físicos e ambiental (p<0,05). A população estudada apresentou uma QV favorável, com valores médios acima de 11 em todos os domínios. Pacientes com idade ? 13 anos apresentaram melhor QV em relação aos com idade > 13 anos, possivelmente indicando melhor funcionalidade e menos conflitos emocionais e psicológicos.