A palma-de-óleo (Elaeis guineensis Jacq.) é uma das espécies com maior produtividade de óleo, que apresenta potencial para diversos usos em setores industriais e de consumo. Apesar de elevada produtividade, sua produção inicia-se somente a partir do terceiro ano. Sistemas agroflorestais (SAFs), com culturas de ciclos curtos em sua composição, surgem como oportunidades para amortização de custos de implantação e manutenções iniciais, comumente elevados. O objetivo da pesquisa foi realizar uma análise técnica e econômica de sistemas agroflorestais com palma-de-óleo, em Tailândia, PA. O experimento foi composto por três modelos de SAFs e monocultivo da palma-de-óleo. No SAF A adotou-se o espaçamento tradicional para a palma-de-óleo (9 x 9 m em triângulo equilátero), sendo a cada 6 linhas retirada uma de modo a compor uma entrelinha de 15,6 m, gerando uma densidade de 127 plantas ha -1 , onde foram plantadas duas fileiras de cacau (Theobroma cacao L.) e andiroba (Carapa guianensis Aubl.), tendo nas demais entrelinhas cultivados milho (Zea mays L.) e feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). O SAF B segue o mesmo arranjo, porém excluindo-se duas fileiras de palma-de-óleo, criando uma entrelinha de 23,4 m (110 plantas ha -1 ) para cultivo de três fileiras de cacau e andiroba. O SAF (C) foi planejado com composição mais diversificada de espécies, com palma-de-óleo em espaçamento tradicional sem exclusão de fileiras (142 plantas ha -1 ), com feijão-caupi e cacau + andiroba + margaridão (Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray) nas entrelinhas; e cacau, banana (Musa spp.) e macaxeira (Manihot esculenta Crantz) entre as plantas da palma-de-óleo em suas fileiras. Avaliou-se o desenvolvimento e crescimento da palma-de-óleo nos SAFs em relação ao monocultivo, com mensurações do número total de folhas, número de folhas emitidas a cada medição, diâmetro do coleto e altura das plantas. As produtividades do milho, silagem e grão, foram calculadas a partir do cultivo realizado no ano 2 dos SAFs A e B, e monocultivo. As demais culturas tiveram suas produtividades estimadas, baseando-se na densidade de plantas por área e percentual de áreas cultivadas, com base em registros de pesquisas regionais e da empresa Agropalma S/A (palma-de-óleo). Para análises financeiras e econômicas avaliaram-se os custos de implantação e manutenção dos SAFs e do monocultivo da palma-de-óleo, assim como as receitas. Consideraram-se preços de mercado local, taxa mínima de atratividade (TMA) de 6% e horizonte de 25 anos, para cálculo dos indicadores Valor Presente Líquido (VPL), Valor Anual Equivalente (VAE), Relação Benefício/Custo (B/C) e Taxa Interna de Retorno (TIR), assim como para análise de risco de investimento. Observou-se que o crescimento e o desenvolvimento da palma-de-óleo não apresentaram tendências em função do cultivo de milho e dos arranjos agroflorestais. As análises financeiras mostraram que as culturas anuais (milho silagem e feijão-caupi), durante os três primeiros anos, foram importantes para amortização das despesas referentes à implantação e manutenção dos SAFs A (61%), B (54%) e C (45%). Porém, tanto os SAFs quanto o monocultivo apresentaram valor positivo no fluxo de caixa descontado (TMA 6%) somente próximos ao sétimo ano. Os custos de colheita e adubação foram os mais expressivos, sendo que nestes elementos de custos os gastos com mão de obra e insumos apresentaram a maior porcentagem. Os indicadores mostram que os SAFs são economicamente viáveis, assim como o monocultivo da palma-de-óleo, com destaque para o SAF C que apresentou VPL de R$33.697,96 ha -1 e VAE de R$2.636,08 ha -1 . A análise de risco dos SAFs se mostra coerente com os indicadores financeiros, mostrando viabilidade econômica e nenhum (SAF C) ou muito baixo (SAF A (0,4%) e B (0,1%)) risco de investimento, enquanto o monocultivo possui risco de 7,8% do VPL ser negativo. Palavras-chave: Palma-de-óleo. Consórcio. Custos. Análise de risco. Amazônia.