“…Este resultado reflete o acúmulo de episó-dios adversos em termos de saúde e que impediram o crescimento esquelético nos níveis esperados, produzindo uma população de crianças de baixa estatura. Para efeito de comparação, as prevalências de nanismo nutricional reportadas em estudos realizados com populações não-indígenas e de baixa renda de diversas regiões do Brasil são geralmente inferiores a 20% (e.g., Anjos, 1989;Batista--Filho et al, 1981;Gross et al, 1987;Reichenheim & Harphan, 1990), podendo elevarem-se a níveis próximos ou superiores a 40% naquelas regiões mais pobres e carentes, como o Nordeste e Norte do país (Batista--Filho, 1986;Giugliano et al, 1981;WHO, 1987). A comparação dos resultados Suruí com de outras populações reforça a idéia aventada por antropólogos de que o processo de assimilação de populações indígenas faz-se com sua inserção nos níveis mais baixos do sistema de estratificação sócio-econômica da sociedade brasileira (cf.…”