O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão sobre a busca de validação da identidade indígena Macuxi e Wapichana, frente ao contexto sócio-histórico e espacial da cidade de Boa Vista, capital de Roraima. Esses grupos étnicos fazem parte dos povos habitantes ancestrais da região de Tríplice Fronteira do Extremo Norte do Brasil, que, desde a incursão da sociedade não indígena na ocupação de seus territórios, vêm passando por um impactante processo de construção, desconstrução e reconstrução de sua identidade étnica. Está fundamentado na leitura de ambientes que demarcam as atuações dos sujeitos em situação de conflitos socioculturais. Esses grupos étnicos vem-se tornando protagonistas de sua própria legitimidade, em detrimento da invisibilidade a que foram histórica e culturalmente submetidos. Por meio de uma metodologia qualitativa em entrevista semiestruturada, buscou-se fazer interpretações dos significados das experiências vividas no contexto socioespacial da área urbana de Boa Vista. Verificou-se que os Macuxi e Wapichana, utilizam-se das identidades a eles atribuída pela sociedade não indígena, mesmo construída sob perspectiva etnocêntrica, como elemento de ressignificação para validar sua presença em área urbana. Por outro lado, mesmo em processo de embate com a ainda cultura da sobreposição, reivindicam, lutam e buscam manter sua alteridade na reconquista de seus direitos históricos e culturais.