Resumo: O presente artigo resulta de uma conferência realizada na Livraria Barata, no âmbito dos "Encontros com a Psicologia," organizados pela Associação Portuguesa de Psicologia. Os autores equacionam três temáticas, inevitavelmente articuladas: (1) eficácia geral e comparativa da psicoterapia; (2) efectividade da psicoterapia (em Portugal); e (3) características dos psicoterapeutas portugueses. Estas duas últimas temáticas tomam em consideração estudos empíricos realizados em Portugal.PALAVRAS CHAVE: Psicoterapia, eficácia, efectividade, psicoterapeutas
I. Eficácia Geral da PsicoterapiaCerca de cinquenta anos volvidos desde que Eysenck (1952) publicou o seu famoso estudo relativo à "ineficácia" da psicoterapia, muitas coisas mudaram. O seu argumento principal era o de a eficácia das terapias verbais não ser superior à taxa de remissão expontânea (cerca de 74% de pacientes diagnosticados como "neuróticos" fizeram progressos equivalentes a uma amostra semelhante de pacientes que não receberam nenhum tipo de tratamento). Apesar de muitos autores terem considerado como provocatória a sua conclusão, o facto é que esta funcionou claramente como estimulante para a intensificação de 1