RESUMO A bronquiolite é definida como um episódio agudo de sibilâncias que ocorre no contexto de um quadro respiratório, de origem normalmente viral, com elevada incidência nas crianças com menos de 2 anos. Considerando que o papel da Fisioterapia tem sido questionado nesse contexto, é extremamente importante esclarecer e diferenciar o impacto das diversas técnicas de fisioterapia empregadas em cada tipo de bronquiolite, paciente e local de atendimento. Foi realizada uma revisão sistemática, com busca nas bases de dados ScienceDirect, MEDLINE/PubMed e SciELO, sobre as técnicas de fisioterapia em crianças de até 2 anos de idade com episódio de bronquiolite. Foram incluídos seis estudos observacionais, cinco experimentais sem grupo de controle e 15 com grupo de controle, envolvendo 3.339 indivíduos. São 14 os estudos com amostras em internamento, seis em internamento e unidade de cuidados intensivos (UCI) e seis em ambulatório. Dentre as técnicas de fisioterapia respiratória mais utilizadas, destacam-se a técnica de expiração lenta e prolongada (ELPr) associada à tosse provocada (TP), a aumento do fluxo expiratório (AFE), a desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) e a drenagem postural (DP). Encontraram-se resultados positivos em relação às técnicas de fisioterapia respiratória, nomeadamente DRR, ELPr e AFE ou TP, na permeabilização das vias aéreas, promoção da higiene brônquica, dias de hospitalização, saturação de oxigênio, pontuação clínica, frequência cardíaca, frequência respiratória e necessidade de oxigenoterapia. Como limitações do estudo, destaca-se o fato de não haver estudos suficientes com metodologias robustas e comparáveis que permitam chegar a conclusões com maior certeza, em especial em relação às diferentes severidades da patologia, e fundamentar assim a personalização e adequação das intervenções na prática clínica.