RESUMO:A partir de estudo realizado em oito grandes maternidades do Município de São Paulo, SP (Brasil) que atendem clientela predominantemente de baixo nível sócio-econômico, objetivou-se analisar o impacto da suplementação alimentar durante a assistência pré-natal sobre a incidência de recém-nascidos de baixo peso ao nascer (peso 2.500 g). Foram envolvidos no estudo 1.060 recém-nascidos de mães que receberam suplementação e 664 recém-nascidos de mães que não a receberam. Ã incidência de baixo peso ao nascer foi de cerca de 11%, considerada elevada e semelhante em ambos os grupos de recém-nascidos. A análise multivariada, realizada para controlar eventuais diferenças entre os grupos, que não a condição de suplementação, descartou qualquer associação significativa entre suplementação e peso ao nascer e revelou, por outro lado, que tabagismo e morbidade na gestação e determinadas características antropométricas e reprodutivas da mãe, prévias à gestação, são importantes fatores de risco para o baixo peso ao nascer. A aparente explicação para a ausência de impacto da suplementação alimentar na população estudada parece residir não na quantidade insuficiente da suplementação alimentar oferecida (370 Kcal/dia), mas no predomínio de fatores não alimentares na determinação do baixo peso ao nascer. São formuladas recomendações quanto ao controle do baixo peso ao nascer no contexto estudado.
UNITERMOS:
INTRODUÇÃOConsidera-se recém-nascido de baixo peso a criança nascida viva que tenha ao nascer peso igual ou inferior a 2.500 g, independentemente da idade gestacional 42 .Inúmeras são as conseqüências negativas que se associam ao baixo peso ao nascer. Elas envolvem alterações respiratórias e metabólicas de grave repercussão no pós-parto imediato, diminuição da competência imunológica, prejuízo ao crescimento e desenvolvimento pós-natais e seqüelas neurológicas manifestas tanto em provas eletroencefalográficas