RESUMO Introdução A percepção auditiva da voz e sua produção envolvem o feedback auditivo, as pistas cinestésicas e o sistema de feedforward, os quais produzem efeitos distintos para a voz. Os efeitos Lombard, Sidetone e o Pitch-Shift-Reflex são os mais estudados. O mapeamento de experimentos científicos sobre as modificações do feedback auditivo para o controle motor da voz possibilita examinar a literatura existente sobre o fenômeno e pode contribuir para o treinamento ou terapias da voz. Objetivo Mapear os experimentos e resultados das pesquisas com manipulação do feedback auditivo para o controle motor da voz de indivíduos adultos. Método Revisão de escopo seguindo o Checklist Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension (PRISMA-ScR) para responder à pergunta: “Quais os métodos de investigação e principais achados das pesquisas sobre a manipulação do feedback auditivo no automonitoramento da voz de indivíduos adultos?”. O protocolo de busca foi baseado na estratégia mnemônica População, Conceito e Contexto (PCC). A população são os indivíduos adultos; o conceito é a manipulação do feedback auditivo e o contexto é o controle motor da voz. Os artigos foram pesquisados nas bases de dados: BVS/ Biblioteca Virtual em Saúde, MEDLINE/Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line, COCHRANE, CINAHL/Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, SCOPUS e WEB OF SCIENCE. Resultados Foram encontrados 60 artigos, sendo 19 da temática do Efeito Lombard, 25 do efeito Pitch-shift-reflex, 12 do efeito Sidetone e quatro sobre o efeito Sidetone/Lombard. Os estudos são concordantes que a inserção de um ruído que mascara o feedback auditivo provoca um aumento na intensidade de fala do indivíduo e que a amplificação do feedback auditivo promove a redução do nível de pressão sonora na produção da voz. Observa-se uma resposta reflexa à mudança de tom no feedback auditivo, porém, com características individuais em cada estudo. Conclusão O material e método dos experimentos são distintos, não há padronizações nas tarefas, as amostras são variadas, muitas vezes reduzidas. A diversidade metodológica dificulta a generalização dos resultados. Os principais achados das pesquisas a respeito o feedback auditivo sobre o controle motor da voz confirmam que, na supressão do feedback auditivo, o indivíduo tende a aumentar a intensidade da voz. Na amplificação do feedback auditivo, o indivíduo diminui a intensidade e tem maior controle sobre a frequência fundamental e, nas manipulações da frequência, o indivíduo tende a corrigir a manipulação. Os poucos estudos com sujeitos disfônicos mostram que eles se comportam diferentemente dos não disfônicos.