Influência de espécies exóticas invasoras na regeneração natural de um fragmento florestal urbano

Abstract

As espécies exóticas invasoras ameaçam a manutenção da biodiversidade, pois podem ocupar o espaço das nativas e dominar grandes extensões. O objetivo deste estudo foi avaliar a regeneração secundária no Parque Estadual Alberto Löfgren, São Paulo – SP, e a influência das espécies exóticas invasoras na sucessão. Foram instaladas 22 parcelas de 100 m² e, em cada uma, 10 subparcelas de 1 m² para amostragem do estrato regenerante. Foram coletados dados dos indivíduos de altura maior ou igual a 20 cm e diâmetro na altura do solo menor que 5 cm. Os indivíduos amostrados foram distribuídos em grupos funcionais de polinização, dispersão e sucessão. Foram registrados 1.150 indivíduos, distribuídos em 93 espécies (21% exóticas), 86 gêneros e 48 famílias. A maior parte das espécies são polinizadas (84%) e dispersas (61%) por animais. Apesar do estrato regenerante apresentar grupos funcionais compatíveis com a trajetória sucessional progressiva, o destaque das exóticas nos parâmetros fitossociológicos foi expressivo, o que evidencia competição com a regeneração nativa e pode retardar o processo de sucessão ecológica na área.

Conservação Ex Situ: Diagnóstico Do Acervo Do Arboreto “Gustavo Edwall” E Recomendações De Manejo

“…Fabaceae e Myrtaceae foram as famílias de maior riqueza no Arboreto "Gustavo Edwall", mesmo considerando-se apenas as espécies nativas. Essas famílias também se destacaram na microbacia do córrego do Viveiro (Souza et al, 2016;Miyamura et al, 2019) e no Parque Estadual da Cantareira -PEC (Arzolla, 2011). Lauraceae e Bignoniaceae apresentaram, respectivamente, 3% e 3,5% do total de espécies nativas.…”

“…Infelizmente, o mesmo meio de dispersão de espécies nativas também contribui para a dispersão de parte das 56 espécies exóticas cultivadas no Arboreto "Gustavo Edwall" para ecossistemas naturais do entorno: 19 invasoras foram registradas na comunidade arbórea (Souza et al, 2016) e 10 na regenerante (Miyamura et al, 2019) de trecho de floresta secundária no interior do PEAL, além de duas invasoras no Parque Estadual da Serra da Cantareira (Arzolla, 2011). O estudo realizado não permite afirmar que as matrizes fonte de invasão são provenientes do arboreto avaliado, mas certamente a presença de invasoras na coleção ex situ não é favorável ao controle da invasão biológica nas áreas protegidas.…”

“…As espécies foram classificadas de acordo com o risco de extinção em categorias que se baseiam nos parâmetros gerais da União Internacional para a Conservação da Natureza -IUCN (Martinelli e Moraes, 2013). As listas consultadas foram: Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção Globalmente (IUCN, 2019), Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (Brasil, 2014) e Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado de São Paulo (São Paulo, 2016) Definiu-se espécie nativa aquela que, por capacidade própria de dispersão, está distribuída naturalmente numa determinada área ou ecossistema, sem a interferência humana (Moro et al, 2012). Dessa forma, as espécies registradas no arboreto, citadas na listagem das espermatófitas do Estado de São Paulo (Wanderley et al, 2011), foram classificadas preliminarmente como nativas.…”

“…Assumiu-se como espécie exótica aquela que foi, evidentemente, introduzida fora de sua área original por meio de ação humana (Lockwood et al, 2013). Assim, foram consideradas não nativas as espécies oriundas de outros países ou sem ocorrência na Floresta Ombrófila Densa da Serra da Cantareira do Estado de São Paulo (Baitello et al, 1993;Arzolla, 2002;Arzolla, 2011;Souza et al, 2016;Miyamura et al, 2019). Dentre as exóticas, destacam-se as invasoras, espécies não naturais introduzidas num ecossistema, de forma que se dispersam, alteram o funcionamento natural e ocupam o lugar de espécies nativas (Ziller, 2001) (Brasil, 2000), as espécies registradas na primeira listagem e na atual receberam indicações de manejo, de acordo com as quatro classificações supracitadas: risco de extinção, origem (nativa ou exótica), risco de invasão a ecossistemas naturais e meio de introdução no arboreto.…”