Influência de probióticos na prevalência parasitária e níveis de glicose e cortisol em tilápia do Nilo

Abstract

A adição de probióticos em rações visa atuar como um bioestimulante da flora intestinal das tilápias. A fase de alevinagem em tanques-rede utiliza grande densidade de peixes, o que pode potencializar os efeitos de estresse. Os probióticos surgem como uma alternativa para a mitigação ou prevenção de danos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência dos probióticos Bacillus cereus var. Toyoi e Bacillus subtilis C-3201 na prevalência parasitária e verificar o estado de saúde por meio do perfil bioquímico de glicose e cortisol e do fator de condição de Fulton (Kf) para atuar como indicador quantitativo do bem-estar de tilápia do Nilo da linhagem GIFT cultivada em tanques-rede. Foram utilizados 1800 juvenis de tilápia do Nilo distribuídos em 20 tanques-rede de 0,5 m x 0,5 m x 0,7 m instalados em tanques com baixa renovação de água. O grupo de peixes sem a adição de probióticos (T1) recebeu apenas dieta basal. Os probióticos liofilizados foram incluídos na ração utilizando 2 % de óleo vegetal na mesma proporção utilizada em todos os grupos experimentais. Na ração basal foram adicionados níveis de 0,5 % B. cereus (T2), 0,5 % de B. subtilis (T3), 0,25 % de B. cereus + 0,25 % B. subtilis (T4). As dietas com adição de B. cereus e/ou B. subtilis não foram eficientes no controle da infestação ectoparasitária por monogenóides e trichodinídeos. Houve maior (p

Perfil hematológico e bioquímico e prevalência parasitária em tilápia-do-Nilo arraçoadas com probióticos dietários

“…Os parâmetros zootécnicos, comprimento, peso, fator de condição Kf e sobrevivência não foram influenciados pela inclusão dos probióticos B. cereus var Toyoi e B. subtilis C-3102. Marengoni et al (2015), a exemplo do presente estudo, porém avaliando o cultivo em tanquesrede também verificaram valores para o fator Kf maiores que o esperado (Kf>1) para a espécie estudada, porém relatando que não houve efeito negativo (P>0,05) no bem-estar dos peixes devido à adição de probióticos nas dietas avaliadas (Tabela 2). A ausência de efeitos nos parâmetros zootécnicos, comprimento, peso, sobrevivência e o fator de condição Kf das tilápias pode ser atribuída à falta de desafios durante o ensaio experimental, ainda que a prevalência parasitária encontra-se elevada.…”

“…A dieta probiótica utilizada não foi capaz de influenciar positivamente como medida profilática para minimizar a prevalência parasitária em tilápia-do-Nilo, bem como não foi verificado efeito de interação entre os fatores dieta x órgãos dos peixes analisados (Tabela 4). Marengoni et al (2015) encontraram resultados semelhantes ao presente trabalho ao avaliarem a presença de parasitas em tilápia-do-Nilo cultivadas sob diferentes dietas probióticas em tanques-rede, relatando também a maior prevalência de Monogenia em relação à Trichodina spp. nos filamentos branquiais.…”

“…Os tricodinídeos foram encontrados em menor incidência nas brânquias, enquanto os monogenoides destacam-se com menor frequência nas nadadeiras (Tabela 4). É perceptível a preferência na relação parasita/órgão, pelos tricodinídeos que se comportam como ectoparasitas da pele de peixes (Marengoni et al, 2015;Baidoo et al, 2015 Fcal=0,560; P=0,760 D1= Ração basal sem adição de probióticos; D2= Ração adicionada de 0,5 % de Bacillus cereus; D3= Ração adicionada de 0,5 % de Bacillus subtilis; D4= Ração adicionada de 0,25 % de B. subtilis e 0,25 % de B. cereus. Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).…”

“…Os probióticos demonstraram ser imunoestimuladores e/ou promotores de crescimento em animais aquáticos, além de possuirem mútiplos mecanismo de ação direto no hospedeiro ou indirentamento por meio da melhoria da qualidade ambiental, ou da combinação de ambos (Zorriehzahra et al, 2016;Das et al, 2017). Entretanto, a aplicabilidade e a utilização de bactérias probióticas na tilapicultura necessitam de melhor compreensão dos mecanismos que possibilitam os efeitos benéficos destes microrganismos, buscando atender as exigências de crescimento e saúde, minimizando perdas com custos endógenos e manutenção do estado de higidez dos peixes (Hai et al 2015;Marengoni et al, 2015).…”

“…A prevalência de ectoparasitos é variável em função da fase de cultivo, estação temporal, sistemas de produção, bem como a relação parasita-hospedeiro (Marengoni et al, 2015;Baidoo et al, 2015). A tilápia do Nilo é frequentemente afetada por uma ampla gama de ectoparasitas, incluindo os protozoários ciliados como tricodinídeos e monogenóides (Eiras et al, 2010).…”