InTRODuçãOA modernidade transformou conhecimento em poder. As nações mais ricas e influentes do planeta têm, no avanço e independência tecnológica, fatores primordiais para seu crescimento. No Brasil, a ideia de que o desenvolvimento do país está ligado à produção científica também é aceita. E vem sendo ampliada.A Profª Dra. Glaci Terezinha Zancan presidiu por dois mandatos consecutivos a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sendo considerada uma referência no meio científico do país. Quando questionada sobre a forma de ampliar o parque científico brasileiro, foi clara: "Apoiando os jovens, por isso o apoio do CNPq é fundamental"1 . Dessa forma, o crescimento tecnológico do país está intimamente ligado à maneira e intensidade com que os jovens são incentivados a pesquisar. E é nesse contexto que surge a iniciação científica.A referência ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) é justa. A história da iniciação científica no Brasil tem início em 1988, quando o CNPq (órgão federal criado 37 anos antes, em 1951) instituiu o PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientí-fica). Antes disso, somente os pesquisadores tinham acesso às bolsas de estudo 2 . Hoje, várias fundações de amparo à pesquisa, como FAPESP, FAPERJ e FAPEMIG incrementam o fomento à pesquisa nos seus respectivos Estados. A Iniciação Científica é, portanto, um projeto recente, mas que conta com uma considerável extensão pelo país: está implantada em 78% das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e 71% das particulares 3 . Contudo, quando a opinião dos alunos é analisada, surgem indícios de que ainda há grandes problemas a serem resolvidos, principalmente relacionados à distribuição de recursos financeiros e falta de institucionalização dessa atividade.Este artigo tem como principal finalidade discutir a situação da Iniciação Científica no Brasil. Dentro desse tema, são abordadas a extensão desse projeto em IES de todo o país (reservando maior atenção aos cursos de Medicina), problemas ligados à sua implantação e, vantagens desse tipo de atividade, para alunos e professores,. O método utilizado foi reunião de dados oficiais e artigos que abordam o assunto. Essas fontes foram trabalhadas a partir do ponto de vista de um aluno selecionado a projeto de Iniciação Científica, como aprofundamento do tema que abordou para o conjunto de colegas no primeiro semestre de atividade nessa modalidade de aprendizagem.
Por que iniciação científica?As atividades de pesquisa nos cursos de graduação constituem a melhor forma de introduzir os estudantes à futura prática científica 4 . Espera-se, primeiramente, que parte desses alunos continue a produzir conhecimento e tecnologia por meio de pesquisas próprias após o término do curso. Portanto, a formação de pesquisadores é o objetivo mais claro dos projetos de Iniciação Científica. Mas não é o único.Como complemento à formação profissional, os projetos de pesquisa auxiliam no desenvolvimento pessoal, por submeter o aluno a um planejamento e organizaçã...