ResumoObjetivo: É evidente o envelhecimento da população e a prevalência elevada da depressão nos idosos. Propõe-se, nesta investigação, compreender a relação entre a sintomatologia depressiva e a evocação de memórias autobiográficas nos idosos, pois estudos nesta área têm mostrado que a sobregeneralização das memórias autobiográficas apresenta-se como uma característica estável que funciona como marcador e preditor da depressão. Método: A amostra é constituída por 50 idosos, com idades entre os 65 e os 92 anos. Foram divididos por dois grupos: Sem Sintomatologia Depressiva (n = 32) e Com Sintomatologia Depressiva (n = 18). Aplicou-se um questionário sociodemográfico, o Montreal Cognitive Assessment (MoCA), o Inventário da Depressão de Beck (BDI), o Inventário de Ansiedade Estado e Traço (STAI) e a Tarefa de Memória Autobiográfica. Resultados: Constata-se a inexistência de uma sobregeneralização das memórias autobiográficas nas pessoas com sintomatologia depressiva. Os idosos sem sintomatologia depressiva não diferem significativamente dos idosos com sintomatologia depressiva na evocação de memórias autobiográficas específicas, categóricas e alargadas, de valência emocional positiva e negativa e nos tempos de latência. Conclusão: Levanta-se a hipótese da inexistência de diferenças significativas poderem ser explicadas pela severidade ligeira dos sintomas depressivos apresentados pela maioria dos idosos com sintomatologia depressiva. Sugere-se a expansão do conhecimento nesta área que permita a prevenção e o desenvolvimento de intervenções mais adequadas aos idosos.
Palavras-Chave: idosos, sintomatologia depressiva, memórias autobiográficas
AbstractAim: The continuous progression of population aging and the high prevalence of depression in the elderly are evident. This investigation aimed to study the relationship between depressive symptomatology and the recall of autobiographical memories in the elderly, because studies in this field have shown that overgeneralization of autobiographical memories was presented as a stable feature that works both as a marker and predictor of depression. Method: The sample is composed of 50 elderly, aged between 65 and 92 years. They were divided into two groups: Without Depressive Symptomatology (n = 32) and With Depressive Symptomatology (n = 18). A sociodemographic questionnaire, Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Beck Depression Inventory (BDI), State-Trait Anxiety Inventory (STAI) and the Autobiographical Memory Test were applied. Results: The absence of an overgeneralization of autobiographical memories in people with depressive symptomatology was observed. Older people without depressive symptomatology did not differ significantly from the elderly with depressive symptomatology in the evocation of specific, categorical and extended autobiographical memories, positive and negative emotional valence and latency times.
Conclusion:The hypothesis that the inexistence of differences can be explained by the slight severity of depressive symptoms for most seniors with depressiv...