Recebido em 1/12/09; aceito em 9/6/10; publicado na web em 24/9/10 SECONDARY METABOLITES FROM THE SPONGES Aplysina fistularis AND Dysidea sp. AND THE ANTITUBERCULOSIS ACTIVITY OF 11-KETOFISTULARIN-3. The present investigation reports the isolation of aeroplysinin-2, 2-(3,5-dibromo-4-methoxyphenyl)-N,N,N-trimethyletanamonium, 7,9-dibromo-10-hydroxy-8-methoxy-1-oxa-2-azaspiro[4.5]deca-2,6,8-trien-3-carboxylic acid and its methyl ester, 11-oxoaerothionin, aerothionin, 11-keto-12-hydroxyaerothionin, 11-ketofistularin-3 and fistularin-3 from Aplysina fistularis, as well as of furodysinin lactone and 9a,11a-epoxicholest-7-en-3b,5a,6a,10-tetrol-6-acetate from Dysidea sp. Although the extracts of both sponges displayed antituberculosis activity, only 11-ketofistularin-3 isolated from A. fistularis displayed antimycobacterial activity against Mycobacterium tuberculosis H34Rv, with MIC at 16 mg/mL and SI of 40, a result that reinforce that fistularin-3 derivatives are interesting leads for the development of antituberculosis drugs.Keywords: marine sponge; Aplysina fistularis; Dysidea sp..
INTRODUÇÃOA tuberculose é uma doença respiratória prevalente em todo o mundo. Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o agente etiológico causador da tuberculose, a micobactéria Mycobacterium tuberculosis. Considerada doença erradicada durante os anos 60-70, a tuberculose ressurgiu nos anos 80 associada a linhagens resistentes a antibióticos, de difícil tratamento, que exige 6 meses ininterruptos de quimioterapia. Considera-se que a tuberculose é um dos maiores problemas de saúde pública, especialmente quando associada com doenças que promovem deficiência de imunidade, tais como AIDS.1,2 Neste contexto, a busca por novos agentes terapêuticos para o tratamento da tuberculose tem chamado a atenção.Dois dentre os cinco principais antibióticos utilizados no tratamento de tuberculose são de origem natural. A estreptomicina (1), originalmente isolada das actinobactérias Streptomyces lavendulae e S. griseus, atua sobre M. tuberculosis inibindo a síntese proteica por parte da subunidade ribossomal 30S. Já a rifampicina (2) é um derivado da rifamicina (3), a qual foi originalmente isolada de S. mediterranei. A rifampicina atua sobre M. tuberculosis inibindo a transcrição da subunidade b da RNA polimerase.3 Além da estreptomicina e da rifampicina, dentre os sete antibióticos de segunda linha utilizados no tratamento de tuberculose, quatro são produtos naturais ou derivados de produtos naturais.3 Sendo assim, é evidente a importância de produtos do metabolismo secundário na descoberta e desenvolvimento de medicamentos para o tratamento da tuberculose. [4][5][6][7][8][9][10]