A hérnia é geralmente composta por um anel herniário, um saco herniário, e conteúdo hernidado. Tem como definição, qualquer defeito de espessura total ou fraqueza de uma parede corporal capaz de permitir a protrusão do seu conteúdo. A palavra hérnia vem do latim e significa ruptura. É caracterizada por uma protrusão fora do comum de um tecido ou um órgão através de defeito da parede abdominal. Esses defeitos normalmente são derivados de traumas, desbridamento, queimaduras, entre outros. As ocorrências de reparos de hérnias abdominais são bem frequentes na rotina cirúrgica. Esse reparo trata-se de retornar o conteúdo viável para sua cavidade, ter a segurança de ocluir as bordas musculares, extinguir o tecido do saco herniário e usar os próprios tecidos do paciente para o fechamento, quando possível. Em alguns casos não é possível utilizar o mesmo tecido do paciente para correção, necessitando a colocação de um biomaterial, podendo ser ele de materiais sintéticos inabsorvíveis, absorvíveis ou biológicos. Este estudo teve como objetivo relatar um caso de uma cadela, sem raça definida, por volta de 10 anos de idade, que apresentava aumento de volume em região abdominal. A lesão foi diagnosticada como hérnia abdominal e a mesma foi reparada cirurgicamente com uso da tela de polipropileno. A tela foi recortada na largura do defeito e suturada na fáscia do músculo reto abdominal. Após a cirurgia, o animal ficou em observação por 24 horas e foi liberado. Após 7 dias, a paciente apresentou formação de seroma e uma parte da ferida cirúrgica não cicatrizou, e nesse ponto ocorria a drenagem de líquido inflamatório. Esta situação permaneceu por 10 dias aproximadamente, cessando em seguida a drenagem do líquido. A ferida cicatrizou por completo em torno de 30 dias após a data da cirurgia e, nesse caso em específico, o uso da tela de polipropileno evoluiu bem, sem uma intercorrência grave e foi um ótimo dispositivo para reparo da hérnia abdominal.