RESUMO: Objetivo:. Investigar o estresse oxidativo durante a regeneração hepática em ratos submetidos à hepatectomia (HP) e, ao mesmo tempo, avaliar a função hepática enquanto em regeneração. Método: 36 ratos Wistar machos jovens foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos de 18 animais: submetidos somente à laparotomia (controle, Grupo G1) e parcialmente hepatectomizados (experimento, Grupo G2). Nos tempos 36h (T1), 168h (T2) e 336h (T3) pós-HP, GSH foi medida no plasma e no tecido hepático, enquanto Gli e BT foram aquilatados no sangue. A massa do fígado residual foi utilizada para estimar a evolução da regeneração hepática. Resultados: Houve diferença estatisticamente significativa no crescimento dos lobos residuais nos grupos controle e experimento. GSH hepático e plasmático se mostraram significantemente maior nos animais parcialmente hepatectomizados.,em todos os tempos. Hiperglicemia estatisticamente significativa ocorreu nos ratos pós-HP nos tempos T2 e T3. A BT não apresentou qualquer alteração entre os grupos. Conclusão: Durante a regeneração hepática pós-HP em ratos há um aumento do estresse oxidativo e o fígado residual permanece apto na manutenção da homeostase orgânica (Rev. Col. Bras. Cir. 2008; 35(6): 411-415
INTRODUÇÃOO fígado dos mamíferos possui uma intrigante capacidade de regeneração, o que já é conhecido desde há muito tempo e, no rato, após ressecção dos lobos lateral esquerdo e mediano (HP), os quais representam aproximadamente 67% da massa hepática total 1 , os lobos residuais, lateral direito e caudato, deflagram uma resposta essencialmente hiperplásica com regeneração de células e tecidos que culminam, em 3 a 14 dias, na restauração do volume original da glândula 2,3,4 . A peroxidação lipídica tem sido implicada como um dos fatores na enorme gama de influenciadores no fenômeno da regeneração 5,6,7 . A glutationa (GSH), considerada como um dos componentes mais importantes do sistema defensivo antioxidante das células 8 está presente em humanos, animais, plantas e bactérias aeróbias em altas concentrações 9 e é abundante (3 a 10 mM) tanto no citoplasma, como no núcleo e na mitocôndria, tornando alta a probabilidade que espécies reativas de oxigê-nio (ERO) sejam eliminadas pela reação com GSH antes que possam iniciar os efeitos danosos. No plasma e em outros fluidos corporais são encontrados apenas traços de GSH 10 , exceto no trato respiratório inferior, onde sua função parece ser neutralizar as toxinas inaladas e os radicais livres produzidos pela ativação de macrófagos pulmonares. Na verdade, a glutationa, o maior constituinte antioxidante solúvel nos compartimentos intracelulares 11 , é um termo coletivo para se referir ao tripeptídeo L-gama-glutamil-L-cisteinilglicina tanto em sua forma reduzida GSH, um monômero, como em sua forma dimérica oxidada GSSH, também chamada de diglutationa ou dissulfeto de glutationa. A ação antioxidante da GSH é facilitada pelo grupo sufidril da cisteína e, na oxidação, o enxofre forma o radical tiol que reage com uma segunda glutationa oxidada form...