Interação de agroecossistema consorciado com palma-sorgo em ambiente semiárido: uma revisão

Abstract

Em regiões áridas e semiáridas as condições climáticas e salinização do solo e da água proporcionam declínios na produção de forragem e comprometem o rendimento dos rebanhos. Logo, o uso de espécies forrageiras adaptadas e de alto valor nutricional, torna-se uma alternativa para manter a disponibilidade de alimentos em períodos sazonais. Dentre estas espécies, a palma forrageira é um alimento recomendado para os ruminantes, devido ao alto teor de água em suas estruturas, boa aceitabilidade e baixo custo de produção. A cultura do sorgo, também apresenta elevado potencial forrageiro, alta produção de matéria seca, baixa exigência hídrica, e adaptabilidade à consorciação, auxiliando em melhores produções em ambientes áridos e semiáridos. A utilização de sistemas consorciados acrescidos com a irrigação é de grande relevância para o manejo sustentável da pecuária local, uma vez que esse tipo de sistema maximiza o rendimento de forragem das áreas produtivas. Assim, objetivou-se com a presente revisão ressaltar a importância de estudos relacionados ao consórcio palma-sorgo em condições irrigadas no semiárido para subsidiar políticas de produção contínua de forragem. Os achados dessa revisão encorajam pesquisas no planejamento agrícola de área em ambientes negligenciados sob condições semiáridas com o consórcio de palma-sorgo para produção de forragem.

Utilização de biofertilizantes alternativos no cultivo de palma forrageira: Uma revisão

“…A palma forrageira (Opuntia e Nopalea) é uma das plantas mais eficientes no armazenamento de água e biomassa, originária do México pertencente à família Cactaceae. É uma espécie com forte expressão econômica e social, caracterizandose como uma das plantas forrageiras mais importantes do mundo, atualmente está presente em todos os continentes, sendo utilizada para diversos fins e sistemas de cultivo, destacando-se o uso na alimentação animal (Silva et al, 2014;Meza-Herrera et al, 2019;Jardim et al, 2019;Jardim et al, 2020b). Foi introduzia no Brasil por volta de 1880, pelo estado de Pernambuco, por meio de cladódios provenientes do Texas, EUA (Nunes, 2011).…”

“…Entre as diversas forrageiras que existem no semiárido brasileiro, como gramíneas e plantas nativas, esta cactácea destaca-se em virtude dos seus mecanismos de adaptações à escassez de água, o que permite a sua perenidade em ambientes de extrema condição de aridez, mantendo a sustentabilidade da pecuária no semiárido, proporcionando produção quantitativa e qualitativa, através da melhoria na dieta alimentar a custos razoáveis para os produtores rurais (Alencar et al, 2011;Barbosa et al, 2017;Jardim et al, 2020b;Jardim et al, 2021b;Silva et al, 2020c). A palma forrageira possibilita a produção animal nos períodos mais críticos do ano, surgindo como fonte alternativa de alimento, pois oferece boa disponibilidade no período seco, bom coeficiente de digestibilidade da matéria seca e alta produtividade.…”

“…Haw., do clone Orelha de Elefante Mexicana, e a N. cochenillifera (L.) Salm-Dyck, representadas pelos clones IPA Sertânia e Miúda. No entanto, a décadas passadas, os palmais eram muito difundidos com os clones Gigante, Redonda e IPA-20, porém, devido a suscetibilidade a praga principal da cultura, a cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae Cockerell, 1929; Hemiptera: Dactylopiidae), houve uma drástica diminuição de cultivos com o uso de clones não resistes a praga (Santos et al, 2006;Cavalcanti et al, 2008;Jardim et al, 2020b;Silva et al, 2021b).…”

“…Em relação a Nopalea, tem porte pequeno e caule ramificado e mais achatados, apresentando maiores teores de matéria seca e carboidrato; sendo assim, mais nutritiva, podendo ter clones inermes e outros com aspecto espinhoso. É mais exigente em fertilidade e umidade, e tem menor tolerância à seca, embora seja resistente à cochonilha-do-carmim (Santos et al, 2006;Cavalcanti et al, 2008;Vasconcelos et al, 2009;Jardim et al, 2020b).…”