Estudos apontam que a Injúria Renal Aguda (IRA) é comum entre pacientes gravemente enfermos com COVID-19, afetando aproximadamente 20% a 40% dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Todavia, dados sobre essa incidência no Brasil ainda são escassos. Assim, este estudo retrospectivo teve como objetivo realizar o levantamento da incidência de tratamento dialítico e o desfecho dos casos de IRA em pacientes com COVID-19, do Biocor Instituto. Após a aprovação pelo Comitê de Ética, foi realizada a coleta dos dados (idade, comorbidades, tempo e tipo de internação, uso de drogas vasoativas, ventilação mecânica, desfecho) nos prontuários de 304 pacientes com COVID-19 hospitalizados de março de 2020 a junho de 2021. Foram avaliados IRA, óbito e fatores associados. A idade média dos pacientes foi 63±16 anos e sendo a mortalidade geral de 16%. Dentre os 49 pacientes que evoluíram a óbito 45 (92%) apresentaram IRA sendo que 12 dialisaram. Dos 304 pacientes, 128 apresentaram IRA (42%), dos quais 45 foram a óbito (35,15%); Do total de pacientes que dialisaram 19 (6,25% da amostra), 13 vieram a óbito (68,42%). Fatores associados a maior mortalidade foram a IRA, diálise, diabetes, doenças cardíacas, HAS, obesidade, internação em CTI, ventilação mecânica e uso de drogas vasoativas. Os fatores associados a incidência de IRA foram diabetes, dislipidemia, HAS, obesidade, internação em CTI, ventilação mecânica e uso de drogas vasoativas. Conclui-se que, pacientes COVID-19 apresentam alta incidência de IRA associada a altíssima mortalidade e entre pacientes que dialisaram o índice de morte também foi alto.