Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo foi explorar o direcionamento de pesquisas contemporâneas na temática binária vínculo afetivo materno e saúde mental investigando se, nas suas respectivas formulações teóricas, há uma aproximação com os referenciais da psicanálise. Os dados foram coletados na base do Scientific Electronic Library Online - SciELO, tendo sido utilizadas as palavras-chaves vínculo mãe-bebê, apego, risco e saúde mental. Foram selecionadas as publicações de 2014, em língua portuguesa. A análise dos dados levantados levou à identificação de um direcionamento dos estudos para cinco categorias: fatores de risco e de proteção– tema prevalente, evidenciando preocupação com a integridade física e psíquica da criança e, em especial, do bebê - instrumentos de avaliação destes riscos, bem como às questões que envolvem a subjetividade parental além de um avanço em tema pouco abordado, em geral, nas pesquisas científicas: a importância da participação paterna no desenvolvimento infantil. É comum, entre os estudos analisados, a consideração da primeira fase do desenvolvimento humano como um momento de construção simbólica, a partir de uma vivência de proximidade física e emocional da criança com a mãe, ou pessoa substituta, que exerça a função materna nos primeiros anos de vida do bebê. É prevalente a utilização da psicanálise e de estudos psicanalíticos, sobretudo de Bowlby e Winnicott, como recursos teóricos para o entendimento dos objetos de estudos identificados. A partir das conclusões deste estudo, considera-se de relevância que as políticas de saúde, principalmente as relacionadas à atenção humanizada, deem especial atenção aos cuidados nos períodos da gestação bem como no período peri-natal e pós-natal. Além disso, incentiva-se a que novos estudos possam abordar díades de diferentes arranjos familiares da contemporaneidade - paternidade compartilhada, adoções de bebês por casais homoafetivos, dentre outros.