Interações coloniais no Mediterrâneo global da Idade do Ferro

Abstract

A aplicação da teoria da globalização em contextos coloniais enfatizou, nos últimos anos, articulações entre colonizados e colonizadores. Para o Mediterrâneo na Idade do Ferro, o foco tem sido as expressões de identidades locais (colonizadas) e as variabilidades regionais de gregos e fenícios do além-mar. Qualquer atenção às interações que gregos e fenícios tiveram entre si durante esse tempo tem sido usada apenas para contrapor o enquadramento dos argumentos. O presente estudo examina o pano de fundo dessa circunstância tratando especificamente das interações entre tais culturas globais em escala mediterrânica durante o período de suas fundações ultramarinas. Vistos de um enquadramento global, os conjuntos de práticas em comum e de corpos de saberes compartilhados revelam uma profunda complexidade de contato intercultural durante a Idade do Ferro, lembrando-nos que as culturas nunca devem ser consideradas isoladamente.

Os campos de integração em Delos no período helenístico (167-69 a.C.): apontamentos para uma História Antiga Global

“…As cidades, pela competição e/ ou colaboração, faziam parte de sistemas de relações mais amplos do mesmo modo como eram atravessadas por comunidades que não correspondiam às fronteiras cívicas (Taylor & Vlassopoulos 2015;Vlassopoulos 2007a). Deste modo, se por um lado separar a história das cidades gregas da história das cidades fenícias e etruscas ou do império persa concede a elas centralidades enganosas (Briant 1996;Hodos 2019), por outro supor uma sobreposição automática das fronteiras da pólis às redes mediterrânicas de aristocracias ou mercadores torna incompreensível a luta da própria polis em conter ou direcionar tais redes (Vlassopoulos 2007a).…”