O presente artigo tem como objetivo descrever as narrativas de mulheres privadas de liberdade e suas trajetórias de vida escolar, demonstrando como essas vêm (re) significando suas vidas dentro do presídio, e como a escola pode mudar a maneira como percebem seu mundo e as possibilidades que podem vir após suas passagens pelo sistema prisional. O estudo foi realizado no Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim (CPFCI). Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa com viés da pesquisa participante. O desenvolvimento da pesquisa utilizou-se de diferentes instrumentos para a avaliação como o Diário de campo, o relato escrito das participantes durante as aulas, como também foi utilizado como forma de investigação questionários com perguntas abertas e fechadas, possibilitando o direcionamento das perguntas para alcançar o objetivo proposto nesse processo de conhecimento da aprendizagem dessas alunas. Conclui-se que o processo educacional dessas alunas dentro do sistema prisional apresenta características que vão para além dos muros institucionais, demonstrando que houve eficácia das aulas ao revelar, mesmo que de maneira tímida, a participação dessas alunas ao poderem expor seus sentimentos e pensamentos, possibilitando um espaço para um diálogo que oferece a oportunidade de repensar o próprio lugar de ser e estar no mundo, possibilitando que as mesmas possam reconhecer suas potencialidades e trilhar outros caminhos para além da ilegalidade.