RESUMOApesar da mecanomiografia (MMG) ser uma técnica com crescente destaque em investigações relativas ao fenômeno da contração muscular, poucos trabalhos se dedicaram a entender os possíveis efeitos de variáveis antropométricas no sinal de MMG. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da dobra cutânea e do perímetro do braço no comportamento do sinal de MMG nos domínios do tempo e da freqüência em diferentes níveis de contração isométrica. Participaram do estudo 21 indivíduos do sexo masculino (24,9 ± 7,8 anos) e 21 do feminino (20,7 ± 2,5 anos), todos destros. O protocolo experimental constou de um teste de contração voluntária máxima (CVM) que permitiu determinar cinco cargas percentuais administradas durante os testes de força (20%, 40%, 60%, 80% e 100% da CVM). Um acelerômetro biaxial foi colocado sobre o ventre muscular do bíceps braquial direito. O sinal de MMG foi analisado nos domínios do tempo, mediante o comportamento da amplitude do sinal, por meio do cálculo da raiz média quadrática (valor RMS), e da freqüência, através da freqüência mediana (FM) calculada a partir do seu espectro de potência. Estes parâmetros foram extraídos a partir dos sinais gerados na direção X, perpendicular às fibras musculares. Foram também medidos os parâmetros antropométricos dobra cutânea biciptal (BD_DC_B) e perímetros de braço relaxado (BD_PR) e contraído (BD_PC) no terço médio do braço direito. Ambos os grupos apresentaram um comportamento decrescente da FM com o nível de contração. O valor RMS apresentou comportamento crescente com a carga para ambos os grupos. Houve diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) entre as variáveis antropométricas quando comparados os grupos. Sugere-se que o valor RMS, ao contrário da FM, que poderá sofrer atenuações por parte dos tecidos presentes na interface entre o músculo e o transdutor, seja mais consistente na discriminação da força muscular.Palavras-chave: mecanomiografia, MMG, sinal de MMG, vibromiografia, VMG.
ABSTRACTIn spite of being a useful method on muscle contraction analysis, few studies have been dedicated to understand how some anthropometrical parameters can interfere in the mechanomyographic (MMG) signal properties. Therefore, the aim of this study was to evaluate the effects of skinfold thickness and arm circumference in the MMG signal behavior in the temporal and frequency domains at different levels of isometric contraction. Twenty-one males (24.9 ± 7.8 years) and 21 females (20.7 ± 2.5 years), all right-handed, participated in this study. Prior to the MMG signals collection, a maximum voluntary contraction test (MVC) was performed to further determine the five levels (20%, 40%, 60%, 80% and 100% of CVM) used during the tests. The two groups performed isometric contractions in the five different levels while MMG signal was collected from the right biceps brachii muscle by a biaxial accelerometer. The root mean square value (RMS), and the median frequency (MF) calculated from the MMG power spectrum were extracted from the MMG signals in X di...