Este artigo descreve aulas de “audição” de duas escolas de teatro musical – uma em São Paulo e outra em Nova York. O texto pretende, de um lado, adensar a discussão sobre um ambiente pedagógico ainda pouco explorado pela literatura da antropologia da educação: as escolas de teatro. E, de outro, analisar as práticas de ensino adotadas. Para isso, persigo os usos da categoria “perfil” nas salas de aula e nas falas de docentes e de estudantes. Tal categoria, fundamental no vocabulário desses ambientes, confere acesso para discutir sistemas de classificação que hierarquizam corpos e atualizam normativas de gênero, sexualidade e raça no cotidiano pedagógico. Com base em pesquisa de campo e em entrevistas, procurei responder as seguintes perguntas: como se aprende o “perfil”? Como essa convenção produz diferenças e desigualdades nos corpos de estudantes?