Intervenção fonoaudiológica na deficiência visual associada à paralisia cerebral: relato de um caso

Abstract

Introdução: O atraso neuropsicomotor acarreta em prejuízos no processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades gerais, dentre elas, a linguagem, e, pode estar associado com outros déficits, como a paralisia cerebral e a deficiência visual. Objetivo: Descrever a intervenção fonoaudiológica em um caso de uma deficiente visual com paralisia cerebral. Relato de caso: Criança de 2,5 anos, sexo feminino, com diagnóstico de distúrbio de linguagem associado a cegueira no olho direito e visão subnormal no olho esquerdo, causados por retinopatia da prematuridade e catarata congênita, em associação com encefalopatia (paralisia cerebral espástica diparética). Após o processo de avaliação fonoaudiológica, foi iniciada a intervenção em linguagem baseada no modelo sócio construtivista com foco na interação, expressão e compreensão da linguagem oral. Durante o processo de avaliação e reabilitação fonoaudiológica foram adaptados objetos concretos (reais), com textura diferenciada ao toque, e associados a sons verbais e não verbais, como recurso para a eliciação de resposta comunicativa. Após 14 sessões de terapia observou-se evolução do comportamento linguístico, com produção oral de palavras isoladas e frases simples com participação ativa na atividade dialógica e compreensão de ordens semicomplexas. Conclusão: Em pacientes com deficiência visual associada a paralisia cerebral, o uso e adaptação de pistas táteis e olfativas auxiliam na percepção e reconhecimento dos objetos, facilitando a intervenção fonoaudiológica.

Oral language assessment of children with visual impairments: an integrative literature review

“…As for the country in which the studies were carried out, there was a greater amount of international research, with 5 national (16)(17)(18)(19)(20) and 7 international (21)(22)(23)(24)(25)(26)(27) articles among the selected sample (Chart 1).…”

“…The studies obtained were published in several journals, so that 4 of them were obtained from journals whose scope was related to language in particular (17,21,22,25) , 5 to health and child development in general (16,20,23,24,26) and 3 to cognition and mental health (18,19,27) .…”

“…In this sense, only three studies found in this review (16,17,27) used direct language assessment instruments, which were adapted and are not validated for use with children with VI. However, in this adaptation, the authors of one of the studies (17) did not consider issues crucial to the care of people with VI, especially low vision (the focus of the aforementioned study), namely: the visual acuity of each evaluated child, the characteristics of other visual functions, as well as controlling the lighting in the environment, which is not mentioned in the text, and they found phonological alterations in most of the evaluated children (Chart 2).…”

A relação da percepção auditiva com as imagens mentais construídas pelos deficientes visuais

“…Por isso, faz-se importante iniciar o processo terapêutico o mais breve possível, visando estimular os sentidos restantes de forma conjunta, trabalhando a neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de alterar sua estrutura ou função de acordo com o estímulo, constituindo-se um elemento eficaz no desenvolvimento da linguagem (Aydin et al, 2007;Bermudez et al, 2008;Martinez-Morga & Martinez, 2017). típicas, e que a linguagem é desenvolvida por meio desta interação e tem papel fundamental no percurso do desenvolvimento de um indivíduo, uma vez que é um relevante instrumento de intercessão do homem com seu meio social, sendo imprescindível a presença do fonoaudiólogo nesta equipe (Alpes, 2018;Carvalho, Fernandes & Montilha, 2020).…”

“…É indiscutível a importância do papel da família no auxílio da superação dos problemas, evitando muita proteção e estimulando a capacidade produtiva de cada um (Defendi et al, 2008;Pintanel et al, 2016). Torna-se importante também o acompanhamento da família em todo o processo de avaliação e intervenção fonoaudiológica para que a criança se desenvolva durante a intervenção (Alpes, 2018).…”