Intervenção não farmacológica no manejo de delirium: uma revisão bibliográfica integrativa

Abstract

Resumo Introdução O delirium é um quadro clínico complexo caracterizado por uma expressão neuropsiquiátrica de doença orgânica, em que o indivíduo apresenta súbita alteração da capacidade cognitiva, possíveis flutuações do sono, consciência e atenção. O tratamento do delirium deve ser realizado por meio de uma abordagem multicomponente e interdisciplinar. Objetivo Conhecer as intervenções não farmacológicas para o manejo de delirium por equipe multiprofissional e aquelas conduzidas especificamente pelo terapeuta ocupacional. Método Revisão bibliográfica integrativa da literatura indexada nas bases Lilacs, Pubmed, Scopus e Web of Science e SciELO sem recorte temporal. Resultados As intervenções visavam o empoderamento e a participação de todos os agentes envolvidos no tratamento do paciente com delirium. Destacaram-se estratégias voltadas para: o aumento da autonomia e da independência do paciente; adequação das condições ambientais, de modo a promover segurança, conforto, familiaridade e orientação temporal-espacial; adaptação da rotina para favorecer o ciclo sono-vigília; estimulação física, cognitiva e sensorial; melhora do desempenho ocupacional e estímulo à realização de atividades significativas; prescrição de recursos de tecnologia assistiva e terapias complementares, quando indicado; avaliação e monitoramento constante do paciente; controle da dor, de sintomas emocionais e de condições clínicas que predispõem ao delirium; melhora da comunicação do paciente e sua vinculação com a equipe e com a rede de apoio; e educação em saúde. Conclusão As intervenções visam à integralidade do cuidado e devem, portanto, ser realizadas pelos diferentes profissionais que componham a equipe, destacando-se o papel que os terapeutas ocupacionais exercem no gerenciamento do delirium.

Non-pharmacological interventions for managing delirium: the role of occupational therapists in the intensive care unit

“…Em conformidade com Caetano et al (13) (p.14) o cuidado oferecido por terapeutas ocupacionais como intervenções não farmacológicas de prevenção e manejo de delirium concentra em estratégias individualizadas que enfatizavam o desempenho ocupacional, a melhora das capacidades físicas e cognitivas, o posicionamento adequado, a realização de atividades significativas, o aumento da autonomia, satisfação e bem-estar, o estímulo à participação da família, a promoção da educação em saúde para favorecer a interação com o paciente, o manejo de fatores comportamentais e ambientais e os possíveis disparadores de estresse no paciente.…”

“…De acordo com Caetano et al (13) (p.8-12) em sua revisão bibliográfica, as intervenções não farmacológicas para manejo de delirium realizadas pela equipe multiprofissional incluindo terapeutas ocupacionais, traz como finalidade/ detalhamento diversas intervenções realizadas, entre essas destacam-se as intervenções mais propícias de serem realizadas em CTI: melhorar a capacidade funcional e cognitiva; diminuir a duração do delirium e melhorar o estado funcional; modificar as atividades conforme habilidades funcionais e cognitivas visando maior autonomia, senso de eficácia, satisfação e bem-estar; favorecer a interação do paciente com objetos e pessoas próximas; estimular os diferentes canais sensoriais do paciente: visual, auditivo, tátil, proprioceptivo e gustativo; posicionar o paciente adequadamente para fornecer conforto, manter ou melhorar a funcionalidade e evitar complicações decorrentes da pouca mobilização; realizar mudanças posturais e estimular a interação com o ambiente; diversificar a rotina e oferecer treinamento para o desempenho de atividades de vida diária (AVDs) de lazer visando independência; manter ou ativar movimentos funcionais e melhorar a força dos membros superiores por meio de atividades, como: exercícios com equipamentos, ergoterapia e atividades bimanuais; usar dispositivos de tecnologia assistiva para posicionamento adequado e prevenção de úlceras por pressão e deformidades e favorecer a presença e envolvimento da família no cuidado e tratamento.…”