O estudo da empatia com professores é relevante, uma vez que esta dimensão da competência emocional é conhecida como sendo uma estratégia emocional, cognitiva e interativa, que em contexto educacional beneficia o relacionamento interpessoal entre docentes e outros intervenientes. Este trabalho teve como objetivo identificar a empatia manifestada pelos professores das atividades neuroeducativas em contexto COVID-19. Para tal seguiuse uma metodologia qualitativa. Como técnica de recolha de dados realizou-se um focus group com uma amostra de conveniência que incluiu 6 professores de uma escola de 1.º Ciclo do Ensino Básico (1ºCEB), na região norte de Portugal. A discussão foi gravada e transcrita com o consentimento informado dos participantes. De seguida, procedeu-se à análise de conteúdo dos dados recolhidos. As categorias de resposta que emergiram foram: empatia, onde emergiram as subcategorias definição, ser empático, contexto de pandemia, perfil de pessoa empática e o ensino à distância e a empatia; comportamentos, com as duas subcategorias empáticos e não empáticos; estratégias, com comunicação e outras estratégias; e atividades neuroeducativas, revelando as subcategorias estabelecer diálogo e novas modalidades de ensino. Os professores envolvidos nas atividades neuroeducativas em contexto de confinamento por COVID-19 afirmaram que as relações do grupo neste período se tornaram mais solidificadas, fomentando-se o espírito de equipa e de colaboração. Verificaram-se ainda atitudes de empatia na relação com a maioria dos encarregados de educação, professores titulares de turma e alunos, os quais reconheceram, valorizaram o empenho e o esforço destes docentes, demonstrando-se disponíveis, interessados e motivados. Condutas e atitudes de desinteresse e inadequadas no relacionamento, por parte de alguns professores titulares, pais, outros familiares e alunos também foram referidas, revelando perceção de menor empatia. Conclui-se que os professores envolvidos nas atividades neuroeducativas apontaram comportamentos reveladores de empatia nas suas interações com professores titulares, pais e alunos, no período de confinamento. Esclareceram que atitudes de menor empatia, por parte de alguns participantes também surgiram, mas com frequência mais reduzida. Para promover atitudes e desenvolver competências de empatia em ambiente educacional é necessário proporcionar estratégias de comunicação e interação salutar.