RESUMO -É relatado o caso de menina de 9 anos de idade com quadro de hemorragia intracraniana devido a aneurisma gigante da porção distai da artéria cerebral média. Aneurismas cerebrais são considerados raros em crianças, principalmente na primeira década de vida. Em crianças, eles tendem a ocorrer principalmente em ramos arteriais periféricos e são frequentemente gigantes. São discutidos os achados clínicos e a patogênese dessa lesão.PALAVRAS CHAVE: aneurisma gigante; crianças; hemorragia subaracnóide Giant intracranial aneurysm in a nine-year-old child: case report ABSTRACT -The case of a 9-year-old girl with intracranianal hemorrhage due to a giant aneurysm of distal middle cerebral artery is reported. Cerebral aneurysms are rare in children, particularly in the first decade of life. Aneurysms in childhood occur more frequently in peripheral branches and they are more often giant in size. Clinical features and pathogenesis of this lesion are discussed.KEY WORDS: giant aneurysm, childhood, subarachnoid hemorrhage.Aneurismas intracranianos em crianças são considerados raros, com incidência de ruptura em apenas 1 % dos pacientes com idade inferior a 15 anos 5111214 . A incidência de aneurismas considerados gigantes é maior na população infantil 914 . A patogênese desta lesão permanece controversa ainda nos dias atuais. No presente artigo, relatamos o caso de uma paciente de 9 anos de idade com diagnóstico de aneurisma gigante e discutimos alguns dos aspectos desta patologia.
RELATO DO CASOJDB, 9 anos de idade, sexo feminino, branca, internada em 18-setembro-1995 com queixa de cefaléia intensa e vômitos, com duração de S dias. Com 24 horas antecedendo a internação, apresentou piora do quadro, acentuando-se a cefaléia, e os vômitos, apresentando episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Após esta última, a paciente tornou-se letárgica. O exame clínico, mostrava paciente em bom estado geral, afebril, com ausculta cardíaca e pulmonar normais.sonolenta, atendendo a ordens verbais simples, presença de sinais meníngeos, ausência de déficits motores ou paralisias de nervos cranianos. Não havia qualquer antecedente clínico relevante. Realizada punção sub-occipital, estando o líquido céfalorraquidiano francamente hemorrágico.