ResumoObjetivo: Avaliar a eficácia do exame clínico-neurológico, do hematócrito e da glicemia no diagnóstico das hemorragias periintravasculares nos recém-nascidos com peso abaixo de 2000 g, considerando-se o exame ultra-sonográfico transfontanelar como padrão ouro.Métodos: Estudo prospectivo, tipo coorte, realizado no Hospital das Clínicas da UFMG no período de 18/05/94 a 17/05/95. O grupo de estudo constou de 38 crianças com diagnóstico ultrasonográfico de HPIV, e o grupo controle, de 81 crianças submetidas ao mesmo protocolo de avaliação, porém sem sinais ecográficos de HPIV. Os exames ultra-sonográficos foram realizados pelo pesquisador sem conhecimento prévio da história clínica ou dos exames clínico-laboratoriais.Resultados: As alterações no exame clínico-neurológico, especialmente o achado de hipotonia, mostraram-se associadas à presença de HPIV (p = 0,009), mas foi observado um efeito de confusão com a idade gestacional do recém-nascido. O baixo poder de predição positiva e negativa (45% e 79%, respectivamente) torna o exame clínico-neurológico pouco confiável no diagnóstico da hemorragia. O hematócrito e a glicemia não foram também de relevân-cia clínica.Conclusões: O exame clínico-neurológico mostrou-se insuficiente para sugerir o diagnóstico de HPIV, sendo recomendável o rastreamento rotineiro, com ultra-sonografia transfontanelar, dos recém-nascidos de risco.
J. pediatr. (Rio J.). 1998; 74(1):25-30: recém-nascido, prematuro, hemorragia cerebral, ultra-sonografia.
AbstractObjective: To evaluate the efficacy of the clinical neurologic examination, hematocrit and glycemia in the diagnosis of periventricular-intraventricular hemorrhage in the newborn weighing less than 2000g considering the neurosonography as the gold standard.Methods: This is a cohort prospective study from May 18 th , 1994 to May 17 th , 1995 carried out at the Hospital das Clinicas da UFMG. The study group comprised 38 newborns with the ultrasound diagnosis of periventricular-intraventricular hemorrhage; the control group comprised 81 newborns who although submitted to the same evaluation protocol did not show any echographic signs of hemorrhage. The ultrasound examinations were all done by the same researcher who was not aware of the clinical history or the neurologic and laboratory examinations.Results: Clinical neurologic alterations, mainly generalized hypotonia, were found to be associated with hemorrhage (p = 0.009), but there was a confounding effect due to the gestational age of the newborn. The predictive values of a positive or negative test were only 45% and 79%, respectively, which is clearly unreliable for the diagnosis of the hemorrhage. Hematocrit and glycemia were not clinically relevant either.
Conclusions:The clinical neurologic examination is not reliable to indicate periventricular-intraventricular hemorrhage in the newborn. Newborns at risk should be routinely screened by neurosonography.J. pediatr. (Rio J.). 1998; 74(1):25-30: infant newborn, infant premature, cerebral hemorrhage, ultrasonography. diagnóstico...