O presente estudo do nervo radial por revisão e classificação das principais variações anatómicas, em relação com os pontos de compressão ou lesão, fundamenta-se em dissecções humanas efetuadas em Teatro Anatómico de Lisboa, Pernambuco, Santiago do Chile e Varsóvia. É apresentada revisão histórica e bibliográfica dos principais achados anatómicos referentes, desde o século XVI, completando com atualização clinico-cirúrgica acerca das principais aplicações clínicas, como o manejo de síndromes compressivas. As lesões por estiramento do nervo radial resultam, em geral, de fraturas diafisárias umerais, ou na sequência das manipulações ortopédicas de reparação. As lesões compressivas do nervo surgem nos pontos de relação com outras estruturas envolventes, musculares, tendinosas ou fasciais, e variam na sintomatologia, consoante sejam lesadas fibras sensitivas e/ou motoras. A compressão do ramo interósseo posterior (ramo motor), a nível da arcada do músculo supinador produz sintomas motores com afeção do grupo muscular póstero-lateral do antebraço, como “mão pendente” (Síndrome do supinador); A compressão do ramo anterior, sensitivo, ao nível do “túnel radial”, no trajeto profundo do nervo, ou no ponto em que o nervo emerge superficialmente, por perfuração da fáscia para se tornar subcutâneo, cursando com queixas sensitivas sem afeção motora (síndrome de Wartenberg). A anatomia clínica do nervo radial é menos explorada, modernamente, por comparação com a clínica de síndromes compressivas do nervo mediano, o que acresce ao interesse pelo estudo anatómico do nervo, pela maior dificuldade de preparação.