RESUMOOBJETIVO. Analisar os efeitos da eritropoetina recombinante humana (rHuEpo) em recém-nascidos pré-termo com doenças infecciosas graves. MÉTODOS. Foi realizado um estudo controlado, não randomizado, em 34 recém-nascidos com diagnóstico de patologias infecciosas graves, peso de nascimento igual ou inferior a 1500 g, idade gestacional inferior a 35 semanas e estabilidade clínica. Os recém-nascidos designados para o tratamento com rHuEpo receberam a eritropoetina ß na dose de 400 UI/kg, duas vezes por semana, por via subcutânea. A suplementação oral com ferro foi iniciada quando os níveis de ferritina sérica foram inferiores a 60 mcg/L. O estudo foi realizado durante seis semanas ou até a alta hospitalar do paciente. Foram avaliados a eritropoese, o número de transfusões, o número de neutrófilos, a contagem de plaquetas e os episódios de novas infecções durante o tratamento com o hormônio. RESULTADOS. Houve aumento significativo do número de reticulócitos no grupo tratado; entretanto, não houve impacto sobre o número ou volume de transfusões. Não foram observadas alterações no número de neutrófilos ou plaquetas. CONCLUSÃO. O uso de rHuEpo em RNPT com doenças infecciosas, na dose de 800 UI/Kg/semana, foi efetivo para induzir eritropoese, sem ocorrerem alterações significativas sobre o número de neutrófilos ou plaquetas. Essa estratégia, associada ao controle rigoroso do volume de sangue retirado para exames, poderá ser benéfica na prevenção da anemia em RNPT com infecção grave. Prática Clínica Prática Clínica Prática Clínica Prática Clínica Prática Clínica
INTRODUÇÃOApesar da eritropoetina recombinante humana (rHuEpo) ter sido utilizada no tratamento da anemia da prematuridade, poucos estudos utilizaram este hormônio para o tratamento de recém-nascidos pré-termo (RNPT) doentes 1 . A infecção pode provocar hemólise e depressão da ação da eritropoetina, podendo causar anemia nesses RNPT, que também necessitam de constantes coletas de sangue para exames laboratoriais. Para diminuir a necessidade de transfusões sangüíneas, o uso de rHuEpo poderia ser benéfico nestas crianças. O objetivo do presente estudo é analisar os efeitos da eritropoetina recombinante humana em recém-nascidos pré-termo com doenças infecciosas graves, internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.