Fundamento: O Ecocardiograma Transesofágico (ETE) intraoperatório tem sido muito utilizado durante as correções das cardiopatias congênitas; entretanto, em obstruções de vias de saída dos ventrículos, as informações são limitadas. Objetivo: Avaliar a confiabilidade do ETE em detectar gradientes residuais em pacientes com obstruções de vias de saída dos ventrículos. Pacientes e Método: Os gradientes sistólicos após circulação extracorpórea ao ETE de 127 pacientes (idade média de 7 anos), sendo 79 com obstrução direita e 48 com obstrução esquerda, foram comparados ao Ecocardiograma Transtorácico (ETT) após cirurgia. Gradientes maiores que 40 mmHg foram considerados de significância hemodinâmica. Resultados: Nas obstruções esquerdas o ETE mostrou gradientes médios maiores que o ETT (30 mmHg vs 24mmHg; p = 0,014). Os gradientes ao ETE foram menores que 40 mmHg em 75% dos pacientes e houve concordância com o ETT em 97%. Nos demais, o gradiente ao ETE foi maior que 40 mmHg e houve concordância com o ETT em 33%. Nas obstruções direitas o ETE mostrou gradientes médios semelhantes ao ETT (28 mmHg vs 25 mmHg; p = 0,21). Os gradientes ao ETE foram menores que 40 mmHg em 88% dos pacientes e houve concordância com o ETT em 91,5%. Nos demais, o gradiente ao ETE foi maior que 40 mmHg e houve concordância com o ETT em 60%. Conclusão: O ETE mostrou-se útil na detecção de gradientes residuais nas vias de saída dos ventrículos nos pacientes estudados. Entretanto, em gradientes maiores que 40 mmHg, o ETE sugere maior severidade das obstruções, particularmente no lado esquerdo (Arq Bras Cardiol: Imagem cardiovasc. 2014;27(4):229-234). Palavras-chave: Ecocardiografia transesofágica; Obstrução do fluxo ventricular externo/cirurgia; Cuidados intraoperatórios.