INTRODUÇÃODentre os tumores malignos do fígado, as lesões metastáticas são as mais comuns e sua presença está associada a mau prognóstico, que pode ser melhorado através do emprego de terapias agressivas, como a ressecção hepática.Os pacientes com câncer e lesões secundárias no fígado que podem se beneficiar da ressecção das metástases, são aqueles com carcinoma colorretal (CCR), tumores neuroendócrinos e carcinoma renal (7) . Entre esses, os mais estudados são os com metástase de CCR, pela sua maior freqüência, com índices de sobrevida que seriam de 8 a 9 meses sem tratamento cirúrgico, podendo atingir 40% a 50% em 5 anos após a ressecção (9,10) . Para metástases hepáticas de tumores neuroendócrinos são descritos índices de sobrevida de 5 anos acima de 60% após a ressecção e, mesmo quando esta não é curativa, a cirurgia oferece excelente controle da doença (29) . Em pacientes com metástases de tumores renais, a cirurgia é considerada a única chance de cura, com índices de sobrevida de 5 anos de cerca de 20% (1) . Dentre os outros tumores metastáticos para o fígado, estão ainda em estudo dentro de protocolos, os benefícios da ressecção para metástases de tumores de mama, testículo, sarcomas, papila, melanoma e tumores ginecológicos, com índices de sobrevida que podem alcançar 20% (7,8,31) . O diagnóstico das metástases hepáticas baseia-se no rastreamento com exames radiológicos, uma vez que sinais e sintomas clínicos e a elevação das enzimas hepáticas ocorrem tardiamente, quando o paciente já não tem mais chance de cura através do tratamento cirúrgico. Entre os métodos de imagem mais difundidos destacam-se a ultra-sonografia percutânea do abdome (US), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância nuclear magnética do abdome (RNM).RESUMO -Racional -Vinte e cinco a 50% dos pacientes com metástases hepáticas são potenciais candidatos à cirurgia curativa.A ultra-sonografia intra-operatória tem sido usada com grande acurácia para orientar a ressecção das lesões hepáticas. Objetivo -Avaliar em nosso meio a importância desse método nas cirurgias hepáticas e comparar seus achados com os dos métodos de imagem pré-operatórios. Pacientes e Métodos -Estudou-se prospectivamente 35 pacientes com metástases hepáticas e indicação cirúrgica, com os seguintes tumores primários: cólon (24), tumor neuroendócrino (3), carcinoma de células renais e melanoma (2) e outros (4). A idade mediana foi de 56 anos, sendo 20 pacientes do sexo feminino. Os pacientes foram submetidos a pelo menos um exame entre tomografia computadorizada (30), ultra-sonografia (14) e ressonância magnética (8). Resultados -A ultra-sonografia intra-operatória foi útil em 23 (65,6%) das 35 cirurgias, e mudou o plano cirúrgico em 9 (25,7%) pacientes. Houve correlação estatisticamente significativa entre o número de nódulos identificados por ultrasonografia percutânea do abdome, tomografia computadorizada e ressonância magnética, e a ultra-sonografia intra-operatória, sendo que a média de nódulos por paciente encontrados pela ressonância magnética (2,6) e pela ul...