Definisse baço ectópico quando encontrado tecido esplênico histologicamente normal em uma localização anormal, podendo ser classificado como um defeito congênito ou secundário. A forma congênita ocorre durante a formação embriológica do baço, causando uma separação de tecido esplênico, dando origem ao chamado, baço acessório. A forma secundária é uma autoimplantação de tecido esplênico em uma localização fora do baço principal ocorre após traumas ou cirurgia esplênica, dando origem a chamada, esplenose. Foi atendida uma cadela, da raça labrador, fêmea, com 9 anos para realização de ovariosalpingohisterectomia (OSH) eletiva, paciente estava assintomática. Durante o procedimento cirúrgico foi observado algumas estruturas arredondadas, de aspecto firme, localizadas em peritônio, foi coletado material para análise histopatológica confirmando o diagnóstico de esplenose. Após aproximadamente 1 ano da cirurgia, a paciente voltou ao hospital apresentando extensa formação em região de flanco do lado esquerdo acometendo musculatura, subcutâneo e se estendendo até a região abdominal ipsilateral. Foi realizado exame radiográfico, ultrassonográfico e tomográfico para planejamento cirúrgico. A paciente foi encaminhada para laparotomia exploratória, sendo feita a remoção da formação e nefrectomia esquerda devido a aderência formada nesta região. Foi feita a avaliação histológica onde concluiu-se quadro morfológico de formação esplênica compatível com Hemangiossarcoma Esplênico. Devido ao baço se apresentar preservado, sem nenhuma alteração macroscópia durante a laparotomia exploratória e sem alterações nos exames de imagem, correlacionamos o histórico prévio de esplenose encontrado na cirurgia de OSH e chegamos à conclusão que a esplenose tenha se desenvolvido e formado o hemangiossarcoma. O objetivo deste trabalho é elucidar a diferenciação de esplenose e baço acessório bem como relatar um caso de uma paciente com hemangiossarcoma em tecido esplênico ectópico (esplenose).