As enzimas são catalisadores altamente eficientes e desempenham um papel crucial na manutenção da vida e em diversas reações. No entanto, seu alto custo, baixa estabilidade em condições adversas (como presença de solvente orgânico e variações de temperatura e pH) e dificuldade de recuperação e reutilização limitam suas aplicações. A imobilização enzimática ameniza, ou até mesmo, supera essas limitações, oferecendo maior estabilidade, reutilização e facilitando a separação e recuperação após as reações. A imobilização covalente em partículas magnéticas (MP) apresenta vantagens adicionais, como alta área superficial e manipulação por um campo magnético externo.Além disso, a utilização de enzimas imobilizadas na triagem de ligantes permite a exposição a condições mais adversas (quando comparado aos ensaios em solução), ampliando as possibilidades de identificação de ligantes. A triagem de ligantes é importante porque possibilita a identificação de compostos que se ligam seletivamente às enzimas, levando à descoberta de inibidores ou ativadores enzimáticos. Isso desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de terapias direcionadas a doenças causadas por disfunções enzimáticas. No caso das calicreínas (KLKs), a descoberta de ligantes é de extrema importância, visto que essas enzimas estão presentes em diversos tecidos e fluidos biológicos e suas disfunções estão associadas a várias doenças, incluindo cânceres, doenças cardiovasculares, doenças de pele e distúrbios neurodegenerativos.Neste estudo, um biorreator de KLK de pâncreas de porco imobilizada em MP foi desenvolvido como uma ferramenta ativa, estável e útil para a triagem de ligantes, representando uma abordagem inédita. Além disso, foi explorada a imobilização da KLK em capilares de sílica fundida, resultando na obtenção de KLK-ICERs, também uma inovação.Essas abordagens proporcionam avanços significativos na busca por ligantes, com potencial para desenvolver terapias relacionadas às KLKs.