Investigação clínica e comparação do esfregaço sanguíneo e PCR para diagnóstico de hemoparasitas em equinos de esporte e tração (carroceiros)

Abstract

Resumo: Na clínica médica de equinos, explora-se o perfil hematológico do animal, geralmente, com a finalidade de encontrar alterações que não foram constatadas ao exame clínico. A pesquisa de hematozoários em equinos, muitas vezes, apresenta resultados conflitantes entre o quadro clínico apresentado pelo animal e o resultado laboratorial, levantando a hipótese de que a técnica de pesquisa de hematozoários seja a responsável por falhas diagnósticas. Este estudo visa comparar os valores obtidos em exames hematológicos de 15 equinos de esporte e 15 equinos de tração (carroceiros), levando-se em consideração diferenças como características nutricionais, estado de higidez e tipo de atividade realizada, e comparar as diferentes técnicas de pesquisa de hematozoários, como esfregaço sanguíneo e PCR. Verificou-se que apenas os equinos de tração apresentaram valores médios de hemácias, hematócrito e hemoglobina abaixo do considerado fisiológico para a espécie, embora 100% dos animais, de ambos os grupos experimentais, tenham sido considerados positivos para hemoparasitoses por PCR. Verifica-se a superioridade do método de pesquisa de hemoparasitas por PCR, em comparação com esfregaço sanguíneo, realizado por diferentes técnicas, visto que apenas 33,3% dos animais foram considerados positivos para Theileria equi por esta técnica, enquanto que o PCR revelou 100% de positividade, para Theileria equi, Babesia caballi e infecção mista. Nenhum dos animais estudados foi diagnosticado com Anaplasma phagocytophilum (Ehrlichia equi) e Ehrlichia risticcii (Neoricketsia risticii). Verifica-se, então, que muitos dos diagnósticos de ausência de hemoparasitose por exame hematológico e ou esfregaço sanguíneo são errôneos, devido à baixa sensibilidade da técnica e podem repercutir em falha no tratamento ou disseminação dos hemoparasitos e das hemoparasitoses. Ressalta-se, então, a importância de exames como o PCR na elaboração de diagnóstico definitivo.

Molecular and serological detection of Theileria equi, Babesia caballi and Anaplasma phagocytophilum in horses and ticks in Maranhão, Brazil

“…However these authors obtained negative results when PCR was used for the detection of the pathogen as also observed in the present study and by Dória et al (2016) when sports and traction horses were examined. Although Passamonti et al (2010) detected the infection using serologic and molecular methods in horses.…”

“…Therefore, sensitive and specific tests for Equine Piroplasmosis diagnosis are required to prevent introduction of causative agents into countries that are regarded free of the infection or disease (Mahmoud et al 2016).The results presented here indicate that PCR is a sensitive assay and proves that the causative agents of Equine Piroplasmosis are circulating in the studied area. Studies performed in Brazil using PCR or IFAT have also detected both agents in horses, as the one reported in Minas Gerais (Heim et al 2007), Rio Grande do Sul (Torres et al 2012), Rio de Janeiro (Peckle et al 2013) and São Paulo (Dória et al 2016). Antibodies against Anaplasma phagocytophilum were detected in low levels however all blood and tick samples were negative by PCR.…”

“…The diagnoses of Equine Piroplasmosis can be done by direct and indirect methods; however, molecular assays appears as useful tools to identify the infection (Figueroa et al 1993, Bashiruddin et al 1999, Nicolaiewsky et al 2001, Peckle et al 2013, Malekifard et al 2014, Dória et al 2016, Mahmoud et al 2016. Therefore, sensitive and specific tests for Equine Piroplasmosis diagnosis are required to prevent introduction of causative agents into countries that are regarded free of the infection or disease (Mahmoud et al 2016).The results presented here indicate that PCR is a sensitive assay and proves that the causative agents of Equine Piroplasmosis are circulating in the studied area.…”

Bem-Estar E Sanidade De Animais Utilizados Para Tração Animal No Município De Parnaíba, Piauí

“…Porém, tais alterações podem ser resultado de situações de estresse causado pela longa contenção ou pela presença de dor decorrente de afecções do sistema locomotor devido ao excesso de peso, carregado pelos animais, ou pelo excesso de horas trabalhadas, resultados semelhantes, em equinos, foram relatados por Fonseca et al (2014a) Em relação ao estado de saúde do animal, 63,15% (24) dos animais não apresentaram qualquer sinal externo de parasitismo e/ou lesões de pele ou possíveis danos decorrentes da carga de trabalho (Tabela 2), podendo ser percebidos por sinais de cansaço com aprumos fracos ou sinais de alguma deficiência na locomoção, ou até mesmo na aparência fraca do animal após a execução do trabalho e 63,20% (24) apresentam esses sinais, assim como também 18,4% (7) não informaram nenhum sinal do estado de saúde do animal, resultados semelhantes aos apresentados por Chaves et al (2014) e Dória et al (2016) que muitos dos diagnósticos de ausência de hemoparasitose por exame hematológico e ou esfregaço sanguíneo são errôneos, devido à baixa sensibilidade da técnica e podem repercutir em falha no tratamento com consequente disseminação dos hemoparasitos e das hemoparasitoses.…”

“…No entanto, esta relação de trabalho nem sempre encontra-se em harmonia. Dória et al (2016) descrevem que é frequente encontrar equinos utilizados em trabalho de tração em condições precárias de nutrição e higidez. Um estudo feito por Chaves et al (2014), na Cidade de São Luís (MA) apontou que a carga transportada diariamente por esses animais pode ultrapassar 500 Kg, no entanto o manejo alimentar e escore corporal, muitas vezes, são incompatíveis com a atividade exercida.…”