Introdução: Os problemas relacionados ao enfrentamento da Covid-19 foram de grande proporção no mundo. Por se tratar de algo novo, estratégias de proteção contra a propagação da doença foram implementadas, nem sempre de forma eficaz, sendo necessária a investigação constante sobre o agravo, considerando as diferentes manifestações clínicas e gravidades distintas. Objetivo: Identificar fatores associados à mortalidade em pacientes internados por Covid-19 no Ceará. Material e Métodos: Estudo transversal, descritivo, seccional, analítico de abordagem quantitativa, realizado em 4 hospitais de referência no estado do Ceará para tratamento da Covid -19. Foram incluídos pacientes com teste diagnóstico RT-PCR detectável. Foram excluídos pacientes transferidos. A amostra de pacientes contou com 1419 representantes. A coleta de informações ocorreu em prontuários eletrônicos disponíveis na sede das instituições, no período de novembro de 2020 a outubro de 2021. Os dados foram armazenados numa plataforma exclusiva desenvolvida para a pesquisa, intitulada ResCOVID, e os dados analisados pelo software SPSS (Statistical Package for the Social Science, versão 24). Resultados: Houve maior prevalência (30% a mais) de morte entre os pacientes com atividade profissional sem vínculo empregatício (p= 0,005). O fator idade esteve em destaque nos grupos de idosos acima de 80 (1ª onda p= 0,003 e 2ª onda p=<0,0001). Não houve relação significativa entre a região de saúde ou unidade de referência e óbito. Quanto à sintomatologia, houve diferença nos dois picos da doença, havendo um risco maior na primeira onda com a mialgia (p= 0,039) e cefaleia (p= 0,033), enquanto na segunda esteve mais associado ao óbito a astenia (p= 0,003). Conclusão: O estudo apresenta diferenças nos fatores relacionados à mortalidade de acordo com a onda de acometimento da doença. As complicações sistêmicas acarretadas pela sintomatologia e o óbito estão fortemente ligadas à resposta fisiológica do indivíduo determinando sua gravidade.